A banalização da Aids

Resumo O presente trabalho objetiva discutir o impacto da incidência dos casos de Aids nas representações e práticas da população, ou seja, em que medida o aumento do número de pessoas infectadas e a familiaridade com a doença modificam as representações e as práticas associadas à Aids. Tomamos por...

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Bibliographic Details
Main Authors: Daniela Riva Knauth, Ceres Gomes Víctora, Ondina Fachel Leal
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal do Rio Grande do Sul 1998-10-01
Series:Horizontes Antropológicos
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71831998000200171&lng=en&tlng=en
Description
Summary:Resumo O presente trabalho objetiva discutir o impacto da incidência dos casos de Aids nas representações e práticas da população, ou seja, em que medida o aumento do número de pessoas infectadas e a familiaridade com a doença modificam as representações e as práticas associadas à Aids. Tomamos por universo de investigação o bairro que concentra o maior número absoluto de registros de mortalidade por Aids da cidade de Porto Alegre. Neste contexto, a Aids não pode, ao menos não tão facilmente, ser pensada como algo distante. Sua grande incidência faz dela uma “coisa normal”, que passa a ser incorporada ao cotidiano. Assim, a familiaridade com a doença, que poderia gerar uma maior “conscientização” para a prevenção, acaba por produzir sua banalização. Esta por sua vez pode acarretar o descrédito de toda e qualquer atitude preventiva e retardar a procura da medicina como recurso terapêutico, seja pela minimização da gravidade da doença ou pela experiência de pessoas próximas para as quais “nada adiantou”.
ISSN:1806-9983