Summary: | RESUMO Este artigo aborda criticamente alguns aspectos da “avaliação da linguagem”, uma instância importante do processo diagnóstico. Comentários críticos, referentes à prática, assentada na Fonoaudiologia, de projeção de aparatos gramaticais sobre dados de falas sintomáticas para decidir sobre normalidade ou patologia são apresentados e discutidos. Argumenta-se que instrumentos descritivos de natureza categorial só podem conduzir a análises negativas e deixam passar a mobilidade efetiva que caracteriza falas patológicas. De fato, resultados diagnósticos raramente tomam distância de uma paráfrase sofisticada da queixa do paciente. Assume-se, neste artigo, que as ideias de Saussure são uma saída das descrições. Elas abrem a possibilidade de abordar a fala como algo mais do que mera atualização da gramática, o que é essencial frente a natureza idiossincrática de falas sintomáticas. Procura-se, aqui, iluminar a importância de considerar o funcionamento da linguagem e tomar relações como primitivos nas avaliações de linguagem.
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