Summary: | Propôs-se neste texto a análise da obra Cegou o Governador, de Bernardo Élis, na tentativa de verificar como o referido romance contribuiu para sedimentar na literatura os estigmas de decadência e isolamento que há muito vem sendo afirmados na Historiografia de Goiás, uma vez que o enredo dessa ficção se debruça sobre essa capitania central do país dos primeiros anos do século XIX. Para tanto, foi-nos mister refazer os caminhos outrora percorridos pelos elaboradores da história local, tais como os viajantes e cronistas, verificando como o romancista goiano se apropriou do material elaborado por eles para compor sua obra de ficção. Nesta perspectiva percebe-se que Élis foi, antes de tudo, um pesquisador assíduo das fontes primárias e secundárias que lhes revelaram os costumes de sua região, utilizando em grande medida, via estética, os discursos proferidos pelos percussores da história de Goiás, e que, em suas mãos ganharam aspectos singulares de um perfeito consórcio entre conhecimento histórico e saber artístico.
Palavras-chave: História; Literatura; Romance; Goiás.
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