Terapêutica nas Perturbações do Sono

O sono tem uma importância fundamental no desenvolvimento harmonioso da criança. As perturbações do sono são muito frequentes nas populações pediátricas e, apesar de serem transitórias e benignas na maior parte dos casos, provocam grande ansiedade e preocupação nos pais. Na avaliação das perturbaç...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Luisa Aires de Sousa, Fernanda Torgal Garcia
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Portuguesa de Pediatria 2014-09-01
Series:Portuguese Journal of Pediatrics
Subjects:
Online Access:https://pjp.spp.pt//article/view/5016
Description
Summary:O sono tem uma importância fundamental no desenvolvimento harmonioso da criança. As perturbações do sono são muito frequentes nas populações pediátricas e, apesar de serem transitórias e benignas na maior parte dos casos, provocam grande ansiedade e preocupação nos pais. Na avaliação das perturbações do sono, é importante o conhecimento da fisiologia do sono e da sua evolução com o desenvolvimento da criança. No sono há dois estados distintos, definidos com base em parâmetros fisiológicos: sono NREM (non-rapid eye movement), por sua vez subdividido em quatro fases e sono REM (rapid eye movement), também designado por sono activo ou sono paradoxal. Os sonos NREM e REM alternam ciclicamente ao longo da noite e a duração de cada ciclo NREM/REM aumenta progressivamente desde o período neonatal até à adolescência. Na abordagem das perturbações do sono é essencial a colheita de uma história do sono detalhada, enquadrada numa história completa do desenvolvimento e saúde física da criança. O tratamento das perturbações do sono na criança assenta numa intervenção comportamental (rotinas positivas, extinção graduada, extinção). A promoção da higiene do sono nas crianças e adolescentes constitui uma componente fundamental do tratamento e também da prevenção das perturbações do sono. A farmacoterapia não é uma opção de primeira linha, devendo recorrer-se a ela apenas em situações específicas, durante períodos de tempo curtos e sempre sob orientação médica. Ao contrário da abordagem comportamental, que é eficaz a médio e longo prazo, a utilização de fármacos apresenta beneficio apenas a curto prazo e que não subsiste após suspensão da terapêutica.
ISSN:2184-3333