A lógica da corrupção: um olhar psicanalítico
Desvelada a lógica da corrupção, certos fenômenos que não pareciam fazer parte do campo da corrupção mostram sê-lo, enquanto outros só o são para o senso comum. O que se corrompe não é o indivíduo, que só pode ser subornado, mas o sistema simbólico que ele representa, tendo como conseqüência o esvaz...
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Centro Brasileiro de Análise e Planejamento
2007-11-01
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Series: | Novos Estudos CEBRAP |
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doaj-801a25ba0730490bb3ee303d4784d54b2020-11-24T23:14:51ZporCentro Brasileiro de Análise e PlanejamentoNovos Estudos CEBRAP0101-33002007-11-017913914910.1590/S0101-33002007000300007A lógica da corrupção: um olhar psicanalíticoMarion MinerboDesvelada a lógica da corrupção, certos fenômenos que não pareciam fazer parte do campo da corrupção mostram sê-lo, enquanto outros só o são para o senso comum. O que se corrompe não é o indivíduo, que só pode ser subornado, mas o sistema simbólico que ele representa, tendo como conseqüência o esvaziamento semântico e a fratura do símbolo. O processo de corrupção tem início quando o representante da instituição sustenta simultaneamente duas lógicas excludentes, referidas à esfera pública e privada. A integridade moral é a recusa em sustentar essa contradição, obrigando o sujeito a uma renúncia, quer da sua posição pública, quer de seus interesses pessoais.<br>Once one does unveil the logic of corruption, phenomena that did not seem to be part of this field turn out to be, while others, which we initially considered as part of this field, are not, or are so only to the common sense. The author concludes that what is corrupted is not the individual, whom can only be bribed, but the symbolic system that he represents, and the consequence is semantic emptiness and symbolic fracture. The process of corruption begins when the person who represents the institution embodies at the same time two logics, one referring to public affairs, and the other to personal ones. Moral integrity, on the other hand, can be defined as the refusal to hold this contradiction. The subject has to renounce, either to one or the other.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002007000300007Corrupçãopsicanálisefratura do símbolointegridade moralCorruptionpsychoanalysissymbolic fracturemoral integrity |
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Desvelada a lógica da corrupção, certos fenômenos que não pareciam fazer parte do campo da corrupção mostram sê-lo, enquanto outros só o são para o senso comum. O que se corrompe não é o indivíduo, que só pode ser subornado, mas o sistema simbólico que ele representa, tendo como conseqüência o esvaziamento semântico e a fratura do símbolo. O processo de corrupção tem início quando o representante da instituição sustenta simultaneamente duas lógicas excludentes, referidas à esfera pública e privada. A integridade moral é a recusa em sustentar essa contradição, obrigando o sujeito a uma renúncia, quer da sua posição pública, quer de seus interesses pessoais.<br>Once one does unveil the logic of corruption, phenomena that did not seem to be part of this field turn out to be, while others, which we initially considered as part of this field, are not, or are so only to the common sense. The author concludes that what is corrupted is not the individual, whom can only be bribed, but the symbolic system that he represents, and the consequence is semantic emptiness and symbolic fracture. The process of corruption begins when the person who represents the institution embodies at the same time two logics, one referring to public affairs, and the other to personal ones. Moral integrity, on the other hand, can be defined as the refusal to hold this contradiction. The subject has to renounce, either to one or the other. |
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