"Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias": invisibilidade e testemunho

Tal artigo visa refletir sobre o testemunho de um trauma coletivo no livro-reportagem do jornalista norte-americano Philip Gourevitch Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias. A narrativa trata da invisibilidade sofrida pelos ruandeses, em especial os da etnia tutsi...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Daniela Werneck Ladeira Werneck
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Santa Catarina 2014-06-01
Series:Anuário de Literatura
Subjects:
Online Access:https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/32246
Description
Summary:Tal artigo visa refletir sobre o testemunho de um trauma coletivo no livro-reportagem do jornalista norte-americano Philip Gourevitch Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias. A narrativa trata da invisibilidade sofrida pelos ruandeses, em especial os da etnia tutsi, durante e após o genocídio de 1994. O jornalista, que se torna mediador de um país que está à margem do mundo, deixa falar os sujeitos que experenciaram o genocídio em Ruanda. Desse modo, nosso objetivo será discutir como, a partir do seu relato de dor e de violência, eles conseguem continuar a viver. Ao falar, acredita-se que esses sujeitos invisíveis aos olhos do mundo podem ser reconhecidos e, com isso, sobreviverem. Para isso, serão utilizados os conceitos de trauma e das impossibilidades do dizer, de Freud e Márcio Seligmann-Silva; a reflexão sobre a celebração do passado por meio dos relatos revivificados, de Beatriz Sarlo, e as questões sobre memória coletiva e individual e esquecimento, de Maurice Halbwachs e Pierre Nora.
ISSN:1414-5235
2175-7917