Revisão Bibliográfica Sistematica - Sistema de Endocanabinoides Tendências de Uso na Farmacologia

A maconha é uma planta utilizada desde a Antiguidade com finalidade medicinal, atuando clinicamente como sedativo, analgésico e antiemético. O principal efeito colateral é a perturbação do sistema nervoso central, causando euforia e alucinações, levando a movimentação popular em favor da proibição,...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Leonardo Tibiriçá Corrêa, Cleber Fernandes Plata, Esther Lopes Ricci, Maria Aparecida Nicoletti, Erico Chagas Caperuto, Helenice de Souza Spinoza, Juliana Weckx Peña Muñoz, André Rinaldi Fukushima
Format: Article
Language:English
Published: Instituto Paulista de Estudos Bioéticos e Jurídicos 2020-01-01
Series:Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics
Subjects:
Online Access:https://www.ipebj.com.br/bjfs/index.php/bjfs/article/view/771
Description
Summary:A maconha é uma planta utilizada desde a Antiguidade com finalidade medicinal, atuando clinicamente como sedativo, analgésico e antiemético. O principal efeito colateral é a perturbação do sistema nervoso central, causando euforia e alucinações, levando a movimentação popular em favor da proibição, apesar de ser menos viciante e perigoso que etanol e derivados opioides. Em 1964, foi isolado o ?9-tetrahidrocanabinol, principal psicoativo da maconha, levando a hipótese de que seu mecanismo de ação seria semelhante aos anestésicos gerais. Em 1988, foi descoberto os receptores canabinoides, dando inicio a exploração de seu sistema endógeno. Em 1992, a descoberta do primeiro mediador endógeno, denominado anandamida. Em 1994, é lançado o primeiro medicamento atuante no sistema de endocanabinoides, denominado rimonabanto, com a finalidade de inibir o apetite e tratar a obesidade. Em 2008, o rimonabanto é retirado do mercado por induzir a depressão e ansiedade e dispor de relação com a ocorrência de suicídio. Em 2019, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária regulamentou os requisitos de fabricação, dispensação e receituário com a RDC 327/19. Atualmente, o sistema de canabinoides possui maior conhecimento e é possível estabelecer diversas aplicações clínicas, por exemplo, atuando na atenuação dos sintomas motores da Doença de Parkinson, na dor neuropática ou inflamatória, diminuição da pressão intraocular no glaucoma e como antiemetico durante a quimioterapia. O presente trabalho visa revisar os aspectos históricos da maconha no Brasil e o trajeto das descobertas de seus derivados, assim como a biossíntese e sinalização endocanabinoide e as aplicações clínicas em uma abordagem farmacológica.
ISSN:2237-261X