Summary: | Este artigo analisa a produção social do espaço público da cidade de São Paulo a partir da leitura das intervenções gráficas, como graffiti e pixação. Através de uma abordagem antropológica urbana e visual buscamos os vínculos e relações entre as intervenções gráficas e a constituição e organização do espaço público urbano. Com o foco nas intervenções gráficas, em seus suportes por excelência, os aparelhos arquitetônicos urbanos, nos colocamos à disposição dos encontros e desencontros cotidianos pela cidade, para revelar alguns traços das relações entre autor, obra, público e a própria cidade. A argumentação segue no sentido de que as relações cotidianas em torno das intervenções gráficas, marcadas pela tensão entre transgressão e controle, revelam a sobreposição de versões distintas da cidade, da São Paulo vista e da São Paulo imaginada, em que o edificado da paisagem urbana é atravessado por construções simbólicas efêmeras conferindo outra textura e sentido social à cidade de São Paulo.
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