Summary: | O atual movimento de racionalização produtiva tem se voltado para a obtenção da maior flexibilidade na utilização do capital e do trabalho, visando máxima redução de custos,
da ociosidade dos fatores produtivos e dos riscos impostos pela instabilidade e mutação dos mercados. Passa-se assim a exigir novas relações de trabalho. A reivindicação das
empresas por maior autonomia de gestão do trabalho passa a ser então consubstanciada na proposta adoção de jornadas de trabalho flexíveis, anteriormente proibidas. As
jornadas de trabalho flexíveis são um dos carros-chefes das transformações nas relações de trabalho e o objeto do seguinte estudo. O sistema de trabalho contemporâneo já não
pode mais ser associado aos velhos regimes concentrados ou de especificações rígidas. Desde a década de 90, vê-se constantemente o surgimento de novas modalidades que
transformam o modo como o operário, o profissional de nível médio ou superior e até mesmo os estudantes se encontram, se encaixam e se preparam para enfrentar as “novidades” do mercado de trabalho. A flexibilização das jornadas de trabalho é um dos principais exemplos dessa modificação estrutural nas relações capitalistas. Essa flexibilidade cresce a cada ano, as empresas tornam-se mais e mais adeptas do sistema de compensação de horas de trabalho e os trabalhadores acompanham atônitos esse movimento sem ainda poder colocar-se claramente contra ou a favor das mudanças que vêem a cada dia.
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