Summary: | O presente artigo tem como objeto de estudo o ensino agrícola pensado, planejado e executado pelo Estado de Minas Gerais nas duas primeiras décadas republicanas. Constituem nossos objetivos explicitar a relação existente entre o ensino agrícola, a agricultura e a instalação em Minas Gerais de uma modernidade capitalista; e compreender como o ensino agrícola fez parte do processo de modernização pelo qual passava a sociedade mineira do início da República, inserindo-se nos esforços que as elites condutoras do Estado empreenderam para subjugar a “rotina” ou a tradição que imperava na lida agrária, com vistas à modernização do campo. Utilizamos como categorias de análise: escolarização, modernidade, modernização e tradição; além do ensino agrícola como categoria histórica. A partir da leitura de algumas fontes primárias e de um profícuo diálogo com a literatura pudemos inferir que o ensino agrícola contribuiu para a modernização agrícola ao impor um determinado modo de fazer agricultura, substituindo práticas, métodos, conhecimentos e instrumentos tradicionais pelos modernos métodos agrícolas, retirando dos trabalhadores a possibilidade de uma sobrevivência autônoma e imprimindo ao processo modernizador um caráter de expropriação.
|