Summary: | ResumoO presente texto apresenta aspectos pertinentes à restituição dos dados da pesquisa antropológica aplicada à saúde, a partir do relato de experiências de pesquisas etnográficas realizadas no Brasil e na França. Tais experiências mostram que a restituição dos dados fez parte do escopo da pesquisa, com modalidades e temporalidades diversas, permitindo prolongar o tempo de trabalho de campo e as interações com os indivíduos pesquisados. Da mesma forma, possibilitou trocas entre os interlocutores e confrontos de diferentes pontos de vista, trazendo novos dados e, assim, enriquecendo as pesquisas. Esses aspectos suscitaram questões importantes para reflexão, do ponto de vista ético e epistemológico. Uma delas diz respeito às demandas feitas aos antropólogos da saúde no momento de inserção do campo e como as mesmas serão por eles tratadas: como o pesquisador restituirá os dados, sem receio de vê-los ser mal interpretados ou instrumentalizados de forma a reforçar padrões normativos? Nesse sentido, como “traduzir” o discurso antropológico? O pesquisador consciente busca validar suas análises, busca novos pontos de vista e interrogações. Assim, a restituição provoca novas inquietações e interpretações na forma de reflexividade.
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