Summary: | RESUMO Este artigo analisa o papel do risco no coeficiente de resposta ao lucro (ERC) no mercado de capitais brasileiro. Como "risco" pode ser mensurado de diversas formas e variar sistematicamente de acordo com as condições analisadas, estudos empíricos têm relatado evidências conflitantes sobre o papel do risco no ERC. Este estudo empírico é baseado em dados anuais de uma amostra de 212 empresas listadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBOVESPA), no período de 1995 a 2013. A análise considera dados longitudinais e diferentes mensurações de lucros inesperados, risco e diversas variáveis de controle. Os resultados sugerem que a relação lucro-retorno é afetada negativamente pelo risco total e por efeitos não lineares dos lucros inesperados e é afetada positivamente pela persistência dos lucros. A análise não indicou qualquer associação significativa entre o ERC e o risco sistemático e não encontrou evidências de que a adoção completa das International Financial Reporting Standards (IFRS), em 2010, afetou a forma como o mercado reage às surpresas na divulgação dos lucros contábeis. Para fins de análise da relação lucro-retorno, a classificação das empresas pelo ranking do risco total mostrou melhores resultados para discriminar empresas de maior e menor risco. Este artigo contribui com a literatura contábil em mercados emergentes ao relatar que o controle da relação lucro-retorno por meio do risco total, dos efeitos não lineares e da persistência dos lucros pode aperfeiçoar a análise financeira e o processo de avaliação das empresas.
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