Trabalho Degradante e Geração de Energia Hidrelétrica na Amazônia | Degradation of Work and Hydro-Electric Power Generation in Amazonia
Introdução: O Brasil nas duas últimas décadas tem passado por intensos processos políticos e econômicos, devido sua intensa inserção tardia na mundialização do capital a partir do neoliberalismo e, na última década, por conta do novo modelo de desenvolvimento econômico com base no Novo Desenvolvimen...
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Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
2014-05-01
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Series: | Revista Pegada Eletrônica |
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doaj-7aaf02ba8398483c90b41294c66581bd2020-11-25T03:07:38ZspaUniversidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita FilhoRevista Pegada Eletrônica1676-18711676-30252014-05-010010.33026/peg.v0i0.28902173Trabalho Degradante e Geração de Energia Hidrelétrica na Amazônia | Degradation of Work and Hydro-Electric Power Generation in AmazoniaJosé Alves0FCT/UNESPIntrodução: O Brasil nas duas últimas décadas tem passado por intensos processos políticos e econômicos, devido sua intensa inserção tardia na mundialização do capital a partir do neoliberalismo e, na última década, por conta do novo modelo de desenvolvimento econômico com base no Novo Desenvolvimentismo. É nesse contexto que o setor elétrico nacional passou por profundas transformações, como a privatização e outros mecanismos de Parcerias Público-Privada (PPP). O Complexos Hidrelétrico Madeira, localizado no estado do Rondônia, na região Amazônica, se insere nesse tipo de empreendimento PPP, para a construção de duas grandes Usinas Hidrelétricas (UHE) - Jirau e Santo Antonio -, consideradas modelos na retomada de projetos de infraestrutura no país, e na introdução da da Amazônia como a nova fronteira hidroenergética nacional. É nesse quadro que nosso objeto de pesquisa se insere, tendo como recorte a UHE de Jirau, no estado de Rondônia. Metodologia/Desenvolvimento: Para a análise do trabalho degradante na UHE de Jirau, a pesquisa respalda-se teórico-metodologicamente nos conflitos e sua espacialidade no território, sendo que esse movimento é capturado pelas lentes da geografia crítica comprometida com a emancipação dos sujeitos que trabalham e estão subordinados aos ditames do capital. Assim, a pesquisa qualitativa e o trabalho de campo são centrais para o processo investigativo e é por onde apreendemos a degradação do trabalho e as especificidades quanto aos expedientes do trabalhador migrante, que se deslocam de todo o território nacional, em especial dos estados da região Norte e Nordeste do país; tráfico de pessoas e trabalho escravo; superexploração e intensificação do processo de trabalho, com vistas ao cumprimento de metas e patamares de produtividade pré-estabelecidos pelo consórcio, além da jornada de trabalho prolongada por horas extras; terceirização, quarterização e outros contratos precários; péssimas condições de vida, quanto aos alojamentos, transporte, alimentação, e condições sanitárias etc.; coerção e assédio no ambiente laboral, o que têm colocado em risco a saúde e a vida de trabalhadores. Portanto, diante do quadro nefasto em que as UHEs na Amazônia, dentre elas Belo Monte, estão sendo construídas, a saída para os trabalhadores têm sido a resistência e processos de contestação da degradação do trabalho sofridas. Para a UHE de Jirau foram deflagradas as revoltas dos trabalhadores em 2011 e 2012, com paralização e greves, assim como em 2013. Considerações finais: No contexto do Novo Desenvolvimentismo brasileiro verifica-se a ação do Estado e do grande capital nacional e internacional mediante mecanismos de superexploração e degradação do trabalho, que vão desde elementos combinados do fordismo e toyotismo até a instauração de estratégias da acumulação primitiva do capital, para que a subjugação e extração de sobretrabalho ocorram no território nacional, bem como atua na mercantilização dos recursos naturais na Amazônia brasileira, fundamenta, pois, na expropriação de ribeirinhos, populações tradicionais e camponeses dos seus territórios de existência.http://revista.fct.unesp.br/index.php/pegada/article/view/2890 |
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Introdução: O Brasil nas duas últimas décadas tem passado por intensos processos políticos e econômicos, devido sua intensa inserção tardia na mundialização do capital a partir do neoliberalismo e, na última década, por conta do novo modelo de desenvolvimento econômico com base no Novo Desenvolvimentismo. É nesse contexto que o setor elétrico nacional passou por profundas transformações, como a privatização e outros mecanismos de Parcerias Público-Privada (PPP). O Complexos Hidrelétrico Madeira, localizado no estado do Rondônia, na região Amazônica, se insere nesse tipo de empreendimento PPP, para a construção de duas grandes Usinas Hidrelétricas (UHE) - Jirau e Santo Antonio -, consideradas modelos na retomada de projetos de infraestrutura no país, e na introdução da da Amazônia como a nova fronteira hidroenergética nacional. É nesse quadro que nosso objeto de pesquisa se insere, tendo como recorte a UHE de Jirau, no estado de Rondônia. Metodologia/Desenvolvimento: Para a análise do trabalho degradante na UHE de Jirau, a pesquisa respalda-se teórico-metodologicamente nos conflitos e sua espacialidade no território, sendo que esse movimento é capturado pelas lentes da geografia crítica comprometida com a emancipação dos sujeitos que trabalham e estão subordinados aos ditames do capital. Assim, a pesquisa qualitativa e o trabalho de campo são centrais para o processo investigativo e é por onde apreendemos a degradação do trabalho e as especificidades quanto aos expedientes do trabalhador migrante, que se deslocam de todo o território nacional, em especial dos estados da região Norte e Nordeste do país; tráfico de pessoas e trabalho escravo; superexploração e intensificação do processo de trabalho, com vistas ao cumprimento de metas e patamares de produtividade pré-estabelecidos pelo consórcio, além da jornada de trabalho prolongada por horas extras; terceirização, quarterização e outros contratos precários; péssimas condições de vida, quanto aos alojamentos, transporte, alimentação, e condições sanitárias etc.; coerção e assédio no ambiente laboral, o que têm colocado em risco a saúde e a vida de trabalhadores. Portanto, diante do quadro nefasto em que as UHEs na Amazônia, dentre elas Belo Monte, estão sendo construídas, a saída para os trabalhadores têm sido a resistência e processos de contestação da degradação do trabalho sofridas. Para a UHE de Jirau foram deflagradas as revoltas dos trabalhadores em 2011 e 2012, com paralização e greves, assim como em 2013. Considerações finais: No contexto do Novo Desenvolvimentismo brasileiro verifica-se a ação do Estado e do grande capital nacional e internacional mediante mecanismos de superexploração e degradação do trabalho, que vão desde elementos combinados do fordismo e toyotismo até a instauração de estratégias da acumulação primitiva do capital, para que a subjugação e extração de sobretrabalho ocorram no território nacional, bem como atua na mercantilização dos recursos naturais na Amazônia brasileira, fundamenta, pois, na expropriação de ribeirinhos, populações tradicionais e camponeses dos seus territórios de existência. |
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