A (di)gestão do risco nuclear na França: o caso das Comissões Locais de Informação

No artigo, pretendo demonstrar como funcionam as Comissões Locais de Informação (CLI) que foram criadas na França com a finalidade de possibilitar o contato entre representantes das instalações industriais nucleares e as populações concernidas, que assim podem acompanhar a operação dessas fábricas....

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Gláucia Silva
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal do Rio de Janeiro 2007-10-01
Series:Mana
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132007000200006
Description
Summary:No artigo, pretendo demonstrar como funcionam as Comissões Locais de Informação (CLI) que foram criadas na França com a finalidade de possibilitar o contato entre representantes das instalações industriais nucleares e as populações concernidas, que assim podem acompanhar a operação dessas fábricas. Eu argumento que sua criação permite a gestão da desconfiança (nutrida pela população para com a central nuclear), e a gestão do risco tecnológico (proporcionado pela central à circunvizinhança), a partir de critérios eleitos por seus partícipes: "neutralidade", "independência" e "desinteresse" de ação. Tais critérios são por eles considerados fundamentais para que a comunicação entre empresa e cidadãos em geral possa acontecer com sucesso, num contexto marcado pela oposição (descrita muitas vezes como "guerra") entre os adeptos e promotores da indústria nuclear, de um lado, e os que se manifestam contrariamente a ela, de outro.<br>In this article, I examine the functioning of the Local Information Commissions (LICs) set up in France as a way of liaising between representatives of nuclear facilities and local populations, enabling the latter to monitor the operation of these plants. I argue that creation of the LICs allowed the management of both distrust (harboured by the population vis-à-vis the nuclear plants) and technological risk (posed by the plant to its neighbourhood) through the use of criteria selected by their participants: 'neutrality,' 'independence' and 'disinterested action.' These criteria are deemed fundamental in terms of the success of the communication between the company and the general public, especially in a context riven by the conflict (very often described as a 'war') between supporters and promoters of the nuclear industry and those campaigning against it.
ISSN:0104-9313
1678-4944