EDUCAÇÃO EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO TERRITÓRIO DE IDENTIDADE DO VELHO CHICO/BA: INDAGAÇÕES ACERCA DO DIÁLOGO ENTRE AS ESCOLAS E AS COMUNIDADES LOCAIS

Esta tese tem como objetivo central analisar de que modo a educação escolar dialoga com as especificidades étnico-culturais das comunidades quilombolas de Araçá Cariacá, Brasileira e Rio das Rãs. O lócus investigativo constitui-se de três escolas: a Escola Municipal Araçá Cariacá, a Escola Municipal...

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Main Author: Dinalva de Jesus Santana Macêdo Santana Macêdo
Format: Article
Language:Spanish
Published: Universidade Federal da Paraíba 2018-08-01
Series:Revista Espaço do Currículo
Online Access:https://www.periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/40915
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spelling doaj-78adb88b301e43d7870f69dd5abedc4f2020-11-25T03:25:50ZspaUniversidade Federal da ParaíbaRevista Espaço do Currículo1983-15792018-08-0121110.22478/ufpb.1983-1579.2018v2n11.4091524786EDUCAÇÃO EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO TERRITÓRIO DE IDENTIDADE DO VELHO CHICO/BA: INDAGAÇÕES ACERCA DO DIÁLOGO ENTRE AS ESCOLAS E AS COMUNIDADES LOCAISDinalva de Jesus Santana Macêdo Santana Macêdo0Universidade do Estado da Bahia e Universidade do Sudoeste da BahiaEsta tese tem como objetivo central analisar de que modo a educação escolar dialoga com as especificidades étnico-culturais das comunidades quilombolas de Araçá Cariacá, Brasileira e Rio das Rãs. O lócus investigativo constitui-se de três escolas: a Escola Municipal Araçá Cariacá, a Escola Municipal Quilombola Emiliano Joaquim Vilaça e a Escola Municipal Elgino Nunes de Souza, localizadas no município de Bom Jesus da Lapa/BA, pertencente ao Território de Identidade do Velho Chico. Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa de perspectiva etnográfica, que tem como interlocutores os/as professores/as, as diretoras, vice-diretores, uma coordenadora pedagógica, os/as alunos/as, os pais e as lideranças quilombolas das comunidades. A pesquisa de campo utilizou-se de entrevistas semiestruturadas, observações participantes, análises de documentos, grupos focais, registros fotográficos e anotações em diário de campo. Para a análise dos dados, recorreu-se da técnica de análise de conteúdo na modalidade temática. Os resultados evidenciam que as especificidades étnico-culturais das comunidades locais, bem como as temáticas relacionadas à população afro-brasileira e africana são trabalhadas nas escolas de maneira pontual e superficial, com metodologias tradicionais, em datas comemorativas, no componente curricular de história, ou através de gincanas e outros eventos. As práticas acabam reproduzindo uma concepção tradicional de educação, sem relação com o universo sociocultural dos/as educandos/as. Todavia, constatamos algumas experiências significativas para além do componente curricular de história nas três escolas em foco, de professoras que vêm transgredindo os currículos para dialogar com os conteúdos culturais e históricos das comunidades. Nesse contexto, as lideranças quilombolas lutam por uma educação escolar diferenciada que tenha “a cara dos quilombos”, isto é, que inclua de forma efetiva nos currículos, nos materiais didáticos e nas práticas educativas, a história, a cultura, os valores, os costumes, os saberes e o modo de vida de suas comunidades. Diante disso, é urgente superar as propostas de educação impostas às escolas quilombolas pelo Sistema Oficial de Ensino, para elaborar currículos interculturais diferenciados, referendados pela ecologia de saberes partindo de dentro das comunidades quilombolas, de maneira que os conteúdos escolares dialoguem com os saberes e as práticas desses sujeitos. A implementação da educação escolar quilombola se constitui numa política sociocultural necessária para a melhoria da educação escolar nas comunidades quilombolas. Portanto, para garantir uma educação intercultural diferenciada a essas populações, é imperativo escolas com autonomia, professores/as locais formados/as e concursados/as por processos específicos, capazes de repensar os currículos e as práticas pedagógicas à luz da história e realidade locais, ou seja, implica numa organização sistêmica da educação escolar quilombola em regime de colaboração entre os entes federados (Municípios, Estados, Distrito Federal e a União). Esperamos que esta pesquisa sirva de inspiração para a elaboração e a implementação de políticas públicas de educação escolar diferenciadas, para as comunidades quilombolas locais e regionais.https://www.periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/40915
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