À felicidade na liberdade ou à felicidade na ausência de liberdade Happiness in freedom or happiness out of freedom

Nessa sociedade que se reproduz em torno da dominação, a psicologia traz, como disciplina parcelar, a possibilidade de voltar-se para a contenção da violência e a tendência de repor os elementos da barbárie. Faz parte desta última, mascarar os fatores objetivos que a determinam e, o contrário, resid...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Kety Valéria Simões Franciscatti
Format: Article
Language:Spanish
Published: Associação Brasileira de Psicologia Social 2002-06-01
Series:Psicologia & Sociedade
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822002000100008
Description
Summary:Nessa sociedade que se reproduz em torno da dominação, a psicologia traz, como disciplina parcelar, a possibilidade de voltar-se para a contenção da violência e a tendência de repor os elementos da barbárie. Faz parte desta última, mascarar os fatores objetivos que a determinam e, o contrário, reside em pesquisar as condições subjetivas que sustentam a irracionalidade objetiva,com clareza de que crítica ao conhecimento deve ser crítica da sociedade. A psicologia fica sem respostas e não sabe, resignada em não investigar a dialética que desvela o antagonismo social, de seu propósito tal como é remetido na frase de Adorno no texto escrito em 1955 e indicada como título deste ensaio. No específico, mesmo cego ante a totalidade que o compõe e que constitui, encontra-se traços da verdade do progresso como denúncia do que pode mas não foi efetivado. Alcançar a liberdade e a felicidade faz parte da tarefa objetiva de superar os ditames da autoconservação. Entretanto, os homens encontram-se impotentes e resistir significa conhecer os limites da prisão. É ideológico atribuir à psicologia o trabalho direto com o sofrimento; deve-se combater aquilo que causa o sofrimento e não manter as formas de ilusão.<br>In a society that reproduces itself within a domination pattern, psychology as a multisided discipline provides the possibility of containing both violence and the tendency of replacing barbarity. The latter masks its self-generating objective factors, whereas its opponent searches for the subjective conditions maintaining the objective irrationality, and so understands that the critic of knowledge must be the critic of society. Psychology has no answers and at the same time refuses to investigate the dialectics that would uncover social antagonism, in the way that is indicated in Adorno's sentence, written in 1955, that is the title of this essay. Although being completely blind about the elements generating totality, one might find signs of truly progress indicating that, although something was possible, it was never brought to be effective. Reaching freedom and happiness might be an objective task in a way to overcome rules of self-conservation. Nevertheless, human beings find themselves completely lost and the only possible way of resist rests upon knowing the limits of prison. The thought that psychology should be responsible for working directly with suffering is ideological; it is necessary to struggle against what produces suffering and not to create ways of maintaining the illusion that the suffering does not exist.
ISSN:0102-7182
1807-0310