Summary: | Resumo Na conjuntura das discussões pós-estruturalistas acerca dos processos de subjetivação, bem como dos trabalhos de autores como Hannah Arendt, Zygmunt Bauman e Jurandir Freire Costa, é indubitável reconhecer o impacto do consumo, entendido enquanto prática social, na constituição dos sujeitos contemporâneos. Em função disso, realizamos uma pesquisa-intervenção objetivando abrir espaços de discussão e experimentações, e esboçar um quadro analítico sobre posicionamentos e vicissitudes na relação jovens/consumo. A pesquisa desenvolveu-se em duas escolas públicas de Porto Alegre com 35 jovens de 14 a 17 anos. A análise do discurso pautada nas contribuições foucaultianas nos guiou na análise do que foi dito nos encontros. No processo de pesquisa emergiram questões como: estratégias dos jovens para obter dinheiro, diferenciação e status social a partir do consumo, e a internet enquanto necessidade de primeira ordem. Dentre outros, analisamos neste artigo o enunciado “consumir é gastar dinheiro”, que se torna dizível a partir de mudanças históricas (como a transformação da nossa relação com os objetos de uso), da posição do jovem enquanto dependente econômico de seus pais e responsáveis, entre outros aspectos. Fechamos o artigo argumentando em favor de iniciativas que visem uma educação quanto ao consumo, sustentada em um compromisso ético-político de possibilitar outros agenciamentos em relação a modos de subjetivação correntes. Neste sentido, pensamos ser um desafio para a Psicologia oferecer contribuições por meio da produção de conhecimentos e de práticas, pois se trata de temática que conta com estudos ainda bem pontuais, ao menos no que concerne à juventude.
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