Automedicação: uma abordagem qualitativa de suas motivações Self-medication: a qualitative approach of its motivations
A automedicação é uma prática comum que pode retardar o diagnóstico e cura e contribuir para a manutenção da cadeia de transmissão de doenças. Realizou-se pesquisa qualitativa para investigar a ocorrência da automedicação, suas motivações e a qualidade do atendimento em farmácias.O estudo realizou t...
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Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
2010-06-01
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Series: | Ciência & Saúde Coletiva |
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doaj-77fa944b4923420ea432d1005d8e8a212020-11-24T23:39:02ZengAssociação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde ColetivaCiência & Saúde Coletiva1413-81231678-45612010-06-01151751176210.1590/S1413-81232010000700087Automedicação: uma abordagem qualitativa de suas motivações Self-medication: a qualitative approach of its motivationsJaneth de Oliveira Silva NavesLia Lusitana Cardozo de CastroChristine Maria Soares de CarvalhoEdgar Merchán-HamannA automedicação é uma prática comum que pode retardar o diagnóstico e cura e contribuir para a manutenção da cadeia de transmissão de doenças. Realizou-se pesquisa qualitativa para investigar a ocorrência da automedicação, suas motivações e a qualidade do atendimento em farmácias.O estudo realizou três grupos focais em um serviço de referência para o tratamento de DST em Brasília (DF). A análise de discurso crítica revelou que a automedicação era frequente e motivada pela insatisfação com a demora e a baixa qualidade do atendimento nos serviços de saúde. Outras motivações citadas foram a experiência prévia com medicamentos, o aconselhamento com amigos e familiares e a busca de anonimato nas farmácias.Verificou-se insatisfação com a qualidade do atendimento nas farmácias, vistas como estabelecimentos comerciais mas que se apresentam como alternativa de fácil acesso. A identidade de farmacêuticos se confunde com a dos vendedores que objetivam o lucro. Observou-se a centralidade dos medicamentos nas expectativas dos pacientes e nas práticas médicas. Os resultados sugerem a necessidade de melhorar o acesso, de resgatar a humanização do atendimento nos serviços de saúde e de transformar as farmácias em estabelecimentos de saúde, divulgadores de práticas educativas e promotores do uso racional de medicamentos.<br>A qualitative research was realized to verify the occurrence and motivations for self-medication and the quality of the information rendered by pharmacies. We conducted 3 focus groups with 25 patients of a reference public health service for STD treatment in Brasília, Brazil. We used the critical discourse analysis to interpret the data obtained during interviews. The analysis revealed that self-medication was a common practice among participants, motivated mainly by discontentment with the long waiting period and the quality of the public health services. Other motivations included: previous experience with medications, advice from friends and family members and the search for an anonymous service provided at pharmacies due to embarrassment and inadequate care environment at health care services. Care provided at pharmacies was also considered unsatisfactory. Viewed essentially as a commercial establishment, pharmacies have become, yet, an easy accessible alternative. Most of participants perceived the pharmacists as ordinary employees seeking only to increase profits. The results suggest a need to improve access to health care services, as well as to render it more humane. Community pharmacies should to be turned into health establishments to participate in health education and orientation for rational drugs use.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000700087AutomedicaçãoGrupos focaisAnálise de discursoFarmáciasSelf-medicationFocus groupsDiscourse analysisPharmacies |
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A automedicação é uma prática comum que pode retardar o diagnóstico e cura e contribuir para a manutenção da cadeia de transmissão de doenças. Realizou-se pesquisa qualitativa para investigar a ocorrência da automedicação, suas motivações e a qualidade do atendimento em farmácias.O estudo realizou três grupos focais em um serviço de referência para o tratamento de DST em Brasília (DF). A análise de discurso crítica revelou que a automedicação era frequente e motivada pela insatisfação com a demora e a baixa qualidade do atendimento nos serviços de saúde. Outras motivações citadas foram a experiência prévia com medicamentos, o aconselhamento com amigos e familiares e a busca de anonimato nas farmácias.Verificou-se insatisfação com a qualidade do atendimento nas farmácias, vistas como estabelecimentos comerciais mas que se apresentam como alternativa de fácil acesso. A identidade de farmacêuticos se confunde com a dos vendedores que objetivam o lucro. Observou-se a centralidade dos medicamentos nas expectativas dos pacientes e nas práticas médicas. Os resultados sugerem a necessidade de melhorar o acesso, de resgatar a humanização do atendimento nos serviços de saúde e de transformar as farmácias em estabelecimentos de saúde, divulgadores de práticas educativas e promotores do uso racional de medicamentos.<br>A qualitative research was realized to verify the occurrence and motivations for self-medication and the quality of the information rendered by pharmacies. We conducted 3 focus groups with 25 patients of a reference public health service for STD treatment in Brasília, Brazil. We used the critical discourse analysis to interpret the data obtained during interviews. The analysis revealed that self-medication was a common practice among participants, motivated mainly by discontentment with the long waiting period and the quality of the public health services. Other motivations included: previous experience with medications, advice from friends and family members and the search for an anonymous service provided at pharmacies due to embarrassment and inadequate care environment at health care services. Care provided at pharmacies was also considered unsatisfactory. Viewed essentially as a commercial establishment, pharmacies have become, yet, an easy accessible alternative. Most of participants perceived the pharmacists as ordinary employees seeking only to increase profits. The results suggest a need to improve access to health care services, as well as to render it more humane. Community pharmacies should to be turned into health establishments to participate in health education and orientation for rational drugs use. |
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