Preconceitos nas charges de O Pasquim: mulheres e a luta pelo controle do corpo

Em crônica recente, o jornalista Fausto Wolff, focalizando um infanticídio, atribuiu as mazelas das mulheres pobres ao descaso das feministas, para ele "as verdadeiras campeãs do neoliberalismoâ€?. Utilizo tal demonstração de misoginia como mote para uma reconstrução das lutas empreendid...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Rachel Soihet
Format: Article
Language:English
Published: Editora da Universidade Federal de Uberlândia 2008-03-01
Series:ArtCultura
Online Access:http://www.seer.ufu.br/index.php/artcultura/article/view/1444
Description
Summary:Em crônica recente, o jornalista Fausto Wolff, focalizando um infanticídio, atribuiu as mazelas das mulheres pobres ao descaso das feministas, para ele "as verdadeiras campeãs do neoliberalismoâ€?. Utilizo tal demonstração de misoginia como mote para uma reconstrução das lutas empreendidas por feministas nos anos 1970/1980 em busca da cidadania plena, na qual se inclui o reconhecimento de seus direitos ao controle do corpo. Nesse particular, destaco os preconceitos enfrentados, até mesmo no seio dos próprios feminismos, num momento em que se priorizava a conscientização das mulheres pobres no que tange à exploração de classe e à luta pela redemocratização do país, então imerso na ditadura. Com a abertura política e o empenho de mulheres em demonstrar a negação imposta à sua sexualidade, consolida-se a consciência da relevância dessa questão, em meio a uma forte carga de pressões que, através da zombaria, visavam ao descrédito dessas iniciativas. PALAVRAS-CHAVE: antifeminismo; feminismos; controle do corpo. ABSTRACT In recent chronicle, the journalist Fausto Wolff, focalizing an infanticide, attributed the problems of the poor women to the disregard of the feminists, for him "the true champions of the neoliberalismâ€?. I use this misogyny demonstration like a motto to the reconstruction of the fights undertaken by feminists in the years 1970/1980 searching for full citizenship, where is included the recognizement of their rights to the body control. In this particular, I emphasize the prejudices faced up to, including in the middle of the feminisms themselves, in a moment that the poor women consciousness in relation to the class exploitation and the fight for redemocratization of the country immersed in the dictatorship. With the political liberalization and the commitment of women to show the negation imposed to their sexuality is consolidated the consciousness of the relevance of this question, in the middle of a strong charge of pressures, that trough the mockery aim for the discredit of these initiative. KEYWORDS: antifeminism; feminisms; body control.
ISSN:1516-8603
2178-3845