Violência conjugal, uso de álcool e sofrimento mental em homens atendidos na atenção primária

Modelo do estudo: Estudo quantitativo, descritivo, transversal, de caráter observacional. Introdução: A violência conjugal é um grave problema de saúde pública, freqüentemente associada ao consumo de álcool, trazendo conseqüências adversas à saúde mental e física das famílias. Seu manejo tem sido um...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Luciane Carniel Wagner, Juliana Cordeiro Krug, Flávia Koeche
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2014-12-01
Series:Medicina
Subjects:
Online Access:http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/89594
Description
Summary:Modelo do estudo: Estudo quantitativo, descritivo, transversal, de caráter observacional. Introdução: A violência conjugal é um grave problema de saúde pública, freqüentemente associada ao consumo de álcool, trazendo conseqüências adversas à saúde mental e física das famílias. Seu manejo tem sido um desafio para as políticas sociais, especialmente por causa do medo e do silêncio das vítimas. Em função disso, é bastante interessante a utilização de avaliações de estratégias de resolução de conflito que permitam dimensionar indiretamente (e sutilmente) a violência presente no cotidiano conjugal. Objetivo: Identificar a prevalência de violência conjugal, abuso de álcool e sofrimento mental em homens atendidos (por motivos diversos) em uma unidade básica de saúde de um bairro socialmente carente da periferia de Porto Alegre. Metodologia: Foram avaliados 109 homens, escolhidos ao acaso, utilizando-se como instrumentos de pesquisa a Escala de Avaliação de Táticas de Resolução de Conflitos Conjugais; o CAGE, que acessa o abuso atual e passado de álcool; e o Questionário Geral de Saúde (QSG), que identifica sofrimento mental. Resultados: Os 109 participantes tinham idade média de 39±12,8 anos; 59,6% eram brancos; 75,2% tinham companheira estável; predomínio de baixa escolaridade; 65,1% exerciam alguma atividade laboral; 80,7% com renda média mensal de três salários mínimos ou menos. No que tange às táticas de resolução de conflitos conjugais, 24,8% foram agressivos fisicamente e 84,4% verbalmente ao menos uma vez no ano anterior à pesquisa. Sofrimento mental considerável foi diagnosticado em 49,5% dos entrevistados. Com relação ao uso de álcool, 22,9% responderam afirmativamente para abuso e dependência e outros 24,7% apresentaram risco de abuso e dependência. Conclusões: O estudo aponta para uma elevada prevalência de comportamento conjugal violento, consumo de álcool e sofrimento mental entre os sujeitos avaliados. Estes sujeitos tinham demandas diversas e não necessariamente buscaram o serviço para resolver estes problemas. Os serviços de saúde devem ficar atentos, promovendo estratégias de identificação indiretas, além de medidas de prevenção, que visem combater a violência conjugal e suas conseqüências.
ISSN:0076-6046
2176-7262