Teatro em silencio: onde foi parar o Jubileu de Amores, de Gil Vicente (c.1465 - c.1536)?

O texto propõe uma revisitação da inquisição literária e da censura teatral no século XVI em Portugal, em uma época de fausto e cultura, promovida pelos gigantescos lucros do colonialismo, que proporcionou à corte lisboeta a presença de Gil Vicente (c.1465- c.1536): Ourives, dramaturgo, encenador e...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Denise Rocha
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) 2020-09-01
Series:Urdimento
Subjects:
Online Access:https://periodicos.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/17647
Description
Summary:O texto propõe uma revisitação da inquisição literária e da censura teatral no século XVI em Portugal, em uma época de fausto e cultura, promovida pelos gigantescos lucros do colonialismo, que proporcionou à corte lisboeta a presença de Gil Vicente (c.1465- c.1536): Ourives, dramaturgo, encenador e artista, ele escreveu, desde o ano de 1502 até 1536, cerca de 45 peças teatrais, algumas das quais foram silenciadas pela máquina de censura do Tribunal do Santo Ofício, instalado em 1536. O objetivo do artigo é delinear, principalmente, um momento histórico que selou o destino de uma obra vicentina: Em Bruxelas (Flandres), no dia 21 de dezembro de 1531, foi apresentado um auto de Gil Vicente, Jubileu de Amores, por ocasião das comemorações do nascimento de D. Manuel, filho do rei D. João III. Presente estava o cardeal Girolano Aleandro, diplomata enviado pelo Papa para persuadir o imperador Carlos V a intervir contra a heresia alemã, desencadeada por Martim Luther. Em carta enviada para o secretário papal, Aleandro teceu severas críticas à comédia vicentina, a qual recriminava o sistema de indulgências de Roma. A peça foi encenada na corte lusa, mas não foi incluída na Copilaçam de Todalas obras de Gil Vicente de 1562 e desapareceu sem deixar vestígios.
ISSN:2358-6958