EFEITO DE CRIAÇÃO OU DESVIO DE COMÉRCIO DAS IMPORTAÇÕES DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS PELA UNIÃO EUROPÉIA: UMA APLICAÇÃO DE INDICADORES ESTATÍSTICOS

• Main Author: Diogo Del Fiori
• Format: Article
• Language: Portuguese
• Published: Universidade Federal do Rio Grande 2017-01-01
• Series: Sinergia: Revista do Instituto de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis
• Subjects: União Europeia; Produtos agroindustriais; Barreiras tarifárias; Criação de comércio; Desvio de comércio; European Union; agro-industrial products; tariff barriers; trade creation; trade diversion
• Online Access: https://seer.furg.br/sinergia/article/view/5719/4836
• ISSN: 0102-7360; 2236-7608

A União Europeia (UE) coloca em prática grandes níveis de barreiras tarifárias e não tarifárias sobre as importações de produtos agroindustriais em que o bloco europeu detém menor nível de competitividade. No presente trabalho, o período de análise englobou os anos de 1996 a 2013 e, a princípio, o objetivo foi estimar o Índice de Vantagem Comparativa Revelada (IVCR), cujos resultados mostram que o Brasil possui maior nível de competitividade frente aos produtos europeus de carne bovina fresca (SH 0201), carne bovina congelada (SH 0202), carne suína (SH 0203), carne de frango (SH 0207), açúcar bruto (SH 1701) e suco de fruta (SH 2009), que foram os produtos selecionados para a análise por receberem a incidência de pico tarifário. A seguir, empregou-se o Índice de Orientação Regional (IOR), que aponta para uma tendência de exportação fora da UE para carne de frango (SH 0207) e carne suína (SH 0202) e uma diminuição do potencial das exportações do Brasil de carne bovina fresca (SH 0201) e carne bovina congelada (SH 0202). Por fim, o Índice de Introversão ao Comércio e o Índice de Propensão Relativa ao Comércio, desenvolvidos por Iapadre (2004), capturaram um maior nível de comércio no âmbito intrabloco em detrimento do comércio extrabloco, sendo de forma mais intensa para a carne bovina fresca, carne bovina congelada, carne suína e carne de frango, de acordo com os resultados do índice de introversão ao comércio e do índice de Propensão Relativa do Comércio Intrarregional, o que mostra a presença do efeito de desvio de comércio das importações desses produtos do bloco europeu com relação aos seus parceiros comerciais. Esse resultado impacta diretamente o Brasil, que ocupa a primeira colocação dentre os 48 principais parceiros comerciais da UE para esses produtos analisados.