Baby talk: uma fala de adulto direcionada à criança. Que criança? Que adulto?
<p>Interessada em compreender o processo de socialização da criança na comunidade de que faz parte, busco nos estudos sobre socialização da linguagem (Ochs e Schieffelin, 1986; 2001) um aporte teórico-analítico que possibilite esse empreendimento. A partir desse lugar, discuto uma prática que...
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Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
2010-05-01
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Series: | Calidoscópio |
Online Access: | http://revistas.unisinos.br/index.php/calidoscopio/article/view/5632 |
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doaj-7436d4ddb5834a6bb90c11d11227983d2020-11-25T00:12:54ZporUniversidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)Calidoscópio 2177-62022010-05-015211512410.4013/56322511Baby talk: uma fala de adulto direcionada à criança. Que criança? Que adulto?Cristiane Schnack<p>Interessada em compreender o processo de socialização da criança na comunidade de que faz parte, busco nos estudos sobre socialização da linguagem (Ochs e Schieffelin, 1986; 2001) um aporte teórico-analítico que possibilite esse empreendimento. A partir desse lugar, discuto uma prática que está amplamente vinculada, academicamente, ao processo de aquisição da linguagem – <em>baby talk</em>. <em>Baby talk </em>foi definido por Ferguson (1996 [1964]) como um registro especial utilizado por adultos em interações com crianças. Esse registro, conforme o autor, facilita o acesso das crianças ao código lingüístico que caracteriza determinada comunidade de fala. Os estudos que se seguem dão conta de revelar, nas falas dos adultos, o quão simplificado – sintática, semântica e lexicalmente – esse código se mostra. Contudo, o que se percebe é que as correlações entre competência lingüística das crianças e uso de <em>baby talk </em>se mostram essencialistas na medida em que atribuem às crianças uma limitação cognitiva de compreensão de um código lingüístico “adulto”, tido como “normal”. O que o presente estudo propõe, então, é reposicionar o uso de <em>baby talk </em>à luz de estudos sobre socialização da linguagem a fim de compreender esse código em termos de práticas locais (Wenger, 1998) e significações culturais (Ochs, 1986; Ochs e Schieffelin, 2001; Schieffelin e Ochs, 1986; 1996). A partir de uma perspectiva etnográfica de análise das trocas verbais (Sacks, 2000; Duranti, 1997; Erickson e Shultz, 2002 [1981]; Gumperz, 1982), o contexto doméstico-familiar de duas famílias brasileiras é investigado de forma a mapear-se o uso local da prática de <em>baby talk</em>. Pode-se, a partir de então, pensar sobre as construções locais acerca da competência (lingüística) das crianças e dos direitos e deveres dos adultos-em-interação-com-crianças. O que o estudo revela é que, embora ocorra <em>baby talk </em>nas duas famílias estudadas, os significados locais que circundam a prática – e que a colocam em uso – divergem consideravelmente.</p> Palavras-chave:<strong> </strong><em>baby talk</em>, socialização da linguagem, família, infância, fala-em-interação.http://revistas.unisinos.br/index.php/calidoscopio/article/view/5632 |
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