A FAMÍLIA ESCRAVA ENTRE A ESFERA HISTORIOGRÁFICA E ANTROPOLÓGICA

Esse artigo pretende abordar a família enquanto organização social dos escravos na esfera antropológica e histórica. A produção historiográfica clássica, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, reproduziu, ao longo dos anos, a idéia de que a vida familiar dos cativos era regida pela promiscuidade...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Caetano De' Carli
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Fundação Joaquim Nabuco 2007-01-01
Series:Cadernos de Estudos Sociais
Subjects:
Online Access:https://periodicos.fundaj.gov.br/CAD/article/view/1382/1102
Description
Summary:Esse artigo pretende abordar a família enquanto organização social dos escravos na esfera antropológica e histórica. A produção historiográfica clássica, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, reproduziu, ao longo dos anos, a idéia de que a vida familiar dos cativos era regida pela promiscuidade. A partir da década de 1970, historiadores como Herbert Guttman, Eugene Genovese, Manolo Florentino, Jose Roberto Góes e Robert Slenes contestaram essa visão demonstrando evidências empíricas sobre ocorrências de laços matrimoniais entre os escravos e refletindo sobre qual seria o papel do parentesco para esses agentes históricos. Essa geração de historiadores acabou supervalorizando o papel do casamento e da família nuclear na vida do cativo. Um olhar sobre algumas pesquisas antropológicas em comunidades pobres com baixas taxas de casamentos, pode contribuir para a construção de um paradigma no estudo do parentesco dos cativos que classifique o não-casamento como uma alternativa dentro das suas possibilidades de vivencia.
ISSN:0102-4248
2595-4091