A exclusão do Bartleby de Melville e a “inclusão” do doente mental na sociedade

Para a psicanálise, o resto (objeto a) é aquilo que causa, que coloca em movimento. E ele faz isso por forçar a apresentação, no universal aceito, de uma hiância fundamental, algo que coloca em xeque as referências básicas desse universal, exigindo, assim, sua (re)construção. Na civilização capitali...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Oswaldo França Neto
Format: Article
Language:Spanish
Published: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais 2010-04-01
Series:Psicologia em Revista
Subjects:
Online Access:http://periodicos.pucminas.br/index.php/psicologiaemrevista/article/view/P.1678-9563.2010v16n1p125/1525
Description
Summary:Para a psicanálise, o resto (objeto a) é aquilo que causa, que coloca em movimento. E ele faz isso por forçar a apresentação, no universal aceito, de uma hiância fundamental, algo que coloca em xeque as referências básicas desse universal, exigindo, assim, sua (re)construção. Na civilização capitalista-democrática ocidental, também encontramos nossos restos. Seriam os excluídos, significante que se tornou elemento importante em qualquer discussão que tenha conotações “humanitárias”. Busca-se sempre, nessas discussões, reincluir esse resto, absorvendo-o na rede do sistema. Essa forma de lidar com o resto retira toda sua força. Ao tratá-lo como impotência e não como impossibilidade, o resto é esvaziado de seu valor de verdade. Tomando como referência o caso Bartleby de Melville e entendendo os doentes mentais como um dos restos de nossa civilização, este texto visa a problematizar os termos “inclusão” e “exclusão” e algumas consequências de seus usos.
ISSN:1677-1168
1678-9563