Agentes morais e a identidade da filosofia de Hume

A interpretação padrão da filosofia de Hume o apresenta como um cético radical acerca das pretensões da razão em fundamentar adequadamente nosso sistema de crenças e, ao mesmo tempo, como um naturalista que procurou sustentar que nossas crenças, embora racionalmente infundadas, não podem ser abandon...

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Bibliographic Details
Main Author: Flavio Williges
Format: Article
Language:deu
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2011-12-01
Series:Kriterion
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2011000200010
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spelling doaj-73fbdf0bedfa4494891a318202cffdd12020-11-24T23:22:24ZdeuUniversidade Federal de Minas GeraisKriterion0100-512X2011-12-015212439741510.1590/S0100-512X2011000200010Agentes morais e a identidade da filosofia de HumeFlavio WilligesA interpretação padrão da filosofia de Hume o apresenta como um cético radical acerca das pretensões da razão em fundamentar adequadamente nosso sistema de crenças e, ao mesmo tempo, como um naturalista que procurou sustentar que nossas crenças, embora racionalmente infundadas, não podem ser abandonadas na vida comum, em função da ação de sentimentos e impulsos naturais. Este trabalho pretende mostrar que o naturalismo de Hume pode e deve ser interpretado como uma metodologia de abordagem de conceitos filosóficos (ideias e crenças, no vocabulário de Hume) que incorpora elementos irrefletidos da vida comum (como sentimentos e impulsos naturais) e atribui a tais elementos o mesmo estatuto teórico que processos abstratos como raciocínios e argumentos. Uma filosofia que legitima mecanismos não-reflexivos no tratamento de problemas filosóficos é chamada por Hume de "filosofia verdadeira". Tal espécie de filosofia é incompatível com formas radicais de ceticismo, pois mecanismos irrefletidos que originam ideias são imunes à dúvida. Para exemplificar as teses aqui defendidas e tornar minha caracterização do naturalismo mais convincente, faço uma rápida descrição, ao final do artigo, da abordagem abrangente dos agentes morais por Hume.<br>The standard interpretion of Hume's philosophy presents him both as a radical skeptic regarding rational claims about the adequate foundation of our belief system and as a naturalist who maintained that our beliefs (though rationally ungrounded) cannot be given up in ordinary life, due to natural drives and sentiments. This paper purports to show that Hume's naturalism can and should be interpreted as a method for addessing philosophical concepts (ideas and beliefs,to use Hume's jargon) that incorporates unreflected elements ofordinary life (such as natural sentiments and drives) and assigns to them the same theoretical status that abstract processes such as reasons and arguments have. A philosophy that warrants unreflected mechanisms in the treatment of philosophical problems is what Hume calls a "true philosophy". Such philosophy is compatible with the more radical forms of skepticism, because the unreflected mechanisms that bring about ideas are imune to doubt. To ilustrate the theses put forth here and so as to render my characterization of naturalism more persuasive, I describe briefly and in broad terms at the end of the paper Hume's view of moral agency.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2011000200010naturalismoceticismoHumeação moralsentimentosnaturalismscepticismHumemoral actionsentiments
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