A morte que salva vidas: complexidades do cuidado médico ao paciente com suspeita de morte encefálica
Resumo: O objetivo do presente trabalho é compreender como os médicos do maior pronto-atendimento de uma metrópole brasileira orientam o cuidado aos pacientes graves com suspeita de morte encefálica e potenciais doadores de órgãos. Trata-se de uma etnografia, desenvolvida em um hospital de pronto-so...
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Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz
2018-11-01
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doaj-7375ad4dc8a14b7eb7423e95d22325492020-11-24T20:51:34ZengEscola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo CruzCadernos de Saúde Pública1678-44642018-11-01341110.1590/0102-311x00061718S0102-311X2018001105003A morte que salva vidas: complexidades do cuidado médico ao paciente com suspeita de morte encefálicaJanaína de Souza AredesJosélia Oliveira Araújo FirmoKarla Cristina GiacominResumo: O objetivo do presente trabalho é compreender como os médicos do maior pronto-atendimento de uma metrópole brasileira orientam o cuidado aos pacientes graves com suspeita de morte encefálica e potenciais doadores de órgãos. Trata-se de uma etnografia, desenvolvida em um hospital de pronto-socorro, referência em trauma na América Latina, situado no hipercentro da cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. A instituição, de modo pioneiro no Brasil, conta com um setor específico para onde são encaminhados os pacientes com suspeita de morte encefálica. O trabalho de campo foi realizado durante nove meses, baseado em observações empíricas e entrevistas junto a 43 médicos plantonistas - 25 homens e 18 mulheres, entre 28 e 69 anos. A análise dos dados foi orientada pelo modelo de “signos, significados e ações”. À etnografia, emergiu o processo de cuidado médico ao paciente em suspeita de morte encefálica que contempla: terapia intensiva; realização do protocolo e comunicação do fato à família do paciente. Nesse último caso, a interlocução perpassa as controvérsias no conceito de morte encefálica, o contexto sociocultural e o contexto do pronto-atendimento. Ficou claro que esse processo de cuidado médico ultrapassa questões meramente normativas e adentra uma complexidade de elementos, sobretudo o papel do profissional como mediador de uma miríade de elementos e tensões imbricados. Entre a constatação e a comunicação da morte encefálica emergem percepções ambivalentes dos médicos e dos familiares. O estudo evidenciou que a tênue definição do que seja a vida e a morte tangencia toda a atuação médica, tendo implicações diretas no cuidado ao paciente/potencial doador e aos familiares.http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2018001105003&lng=en&tlng=enBrain DeathAttitude to DeathProfessional-Family RelationsEmergency MedicineDelivery of Health Care |
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