Summary: | O presente artigo analisa as principais reivindicações do feminismo islâmico e os desafios que este movimento encontra ante os estudos feministas em Relações Internacionais (RI), mesmo num contexto supostamente mais plural e aberto a novas epistemologias e ontologias. Identifica-se, por um lado, a existência de um grande hiato entre os estudos feministas e a religião, a não ser, naturalmente, pela crítica de grande parte destes estudos de que a religião é inerentemente patriarcal e, por extensão, opressora. Por outro lado, argumenta-se, que esta lacuna é oriunda da metanarrativa secular que respalda a produção de conhecimento da ciência moderna e, por conseguinte, os estudos de gênero. Finalmente, defende-se que a metanarrativa secular reifica o papel da ciência como a única forma legítima de enunciação e, que por se constituir em oposição à religião, acaba criando binários tais como secular/espiritual, razão/obscurantismo, ciência/religião, liberdade/opressão. Destarte, estes binários têm sido responsáveis por silenciar e excluir as narrativas e as experiências de mulheres muçulmanas em seus países e diásporas muçulmanas.
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