A Experiência Negra de Ranqueamento Social na Uber: Uma Reflexão Racializada da Vigilância Contemporânea

Este estudo analisa a experiência de ranqueamento social de usuários e motoristas negros da empresa de transporte privado Uber, na cidade do Rio de janeiro, Brasil. Com os olhares voltados para a vivência e para o sistema de avaliação da empresa, observa-se como a experiência aparece na lógica cont...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Naiara Silva Evangelo, Fátima Cristina Regis Martins de Oliveira
Format: Article
Language:English
Published: Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) 2021-06-01
Series:Comunicação e Sociedade
Subjects:
Online Access:https://revistacomsoc.pt/index.php/revistacomsoc/article/view/2838
Description
Summary:Este estudo analisa a experiência de ranqueamento social de usuários e motoristas negros da empresa de transporte privado Uber, na cidade do Rio de janeiro, Brasil. Com os olhares voltados para a vivência e para o sistema de avaliação da empresa, observa-se como a experiência aparece na lógica contemporânea da vigilância. A partir de discussões e observações realizadas em pesquisa exploratória, o estudo questiona: na ambiência da Uber, com mecanismos de vigilância de dados em operação, de que modo os negros estão vivenciando a lógica social de ranqueamento? A cartografia foi a metodologia escolhida para o estudo, considerando a possibilidade de acompanhar processos e sua aposta na experimentação, com procedimentos flexíveis de produção de dados, bem como o seu caráter pesquisa-intervenção (Escóssia et al., 2009). Assim, o objetivo principal da pesquisa é investigar essa vivência com o intuito de ampliar a análise da vigilância contemporânea com um recorte racializado e entre os objetivos específicos pretende-se romper com o silenciamento e a invisibilidade de perspectivas teóricas negras (Ribeiro, 2017). O arcabouço teórico do estudo será dividido em dois eixos: estudo das relações raciais e os estudos de vigilância. Percebemos, assim, que na era do big data a discriminação pode aparecer de forma oculta, pois as tecnologias performam uma falsa neutralidade, o que acelera e cria discriminações ainda mais profundas (Benjamin, 2019).
ISSN:1645-2089
2183-3575