Hieróglifos dialógicos: breve análise do palimpsesto monteiriano
A análise da obra de João César Monteiro, enquanto unidade textual plural, implica um trabalho de pesquisa baseado na procura dos loci similes: segmentos dialógicos em que se ouve o eco de outros aglomerados textuais. A procura da cadeia de “textos nos textos” na obra de Monteiro, a análise da tipol...
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Universidade de São Paulo, Letras e Ciências Humanas
2012-06-01
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doaj-716723b85e1e4d868b4dc6b1266e71102020-11-25T03:40:01ZengUniversidade de São Paulo, Letras e Ciências HumanasEstudos Semióticos1980-40162012-06-018110.11606/issn.1980-4016.esse.2012.49364Hieróglifos dialógicos: breve análise do palimpsesto monteirianoFrancesco Giarruso0Universidade Nova de LisboaA análise da obra de João César Monteiro, enquanto unidade textual plural, implica um trabalho de pesquisa baseado na procura dos loci similes: segmentos dialógicos em que se ouve o eco de outros aglomerados textuais. A procura da cadeia de “textos nos textos” na obra de Monteiro, a análise da tipologia das relações transtextuais e dos lugares em que se manifestam permitem demonstrar o caráter de “palimpsesto” que caracteriza o seu cinema. Para que essas relações aconteçam, é necessária a presença de um elemento “estranho”, ou seja, de um outro texto e/ou de um leitor que, por sua vez, não é mais do que um outro texto, como o próprio Jurij Lotman o definiu. Trata-se, portanto, de analisar também as relações que se instauram entre o(s) indivíduo(s) e os excertos textuais, os quais, para funcionarem, precisam de alguém que os reconheça. Por essa razão, utilizamos os conceitos, elaborados por Umberto Eco, de “leitor empírico” e de “leitor modelo”, justificando, desta forma, o trabalho filológico regressivo cuja finalidade é a individuação e a interpretação dos elementos dialógicos presentes no universo monteiriano. O sincretismo linguístico e a coexistência de elementos heterogêneos proporcionam, desse modo, uma nova perspectiva exegética da obra de Monteiro, cuja matéria teórica está relacionada com os conceitos de não-linearidade e leitura vertical. Tais noções permitem-nos explicar a natureza profunda dos blocos narrativos autônomos que compõem a narrativa fílmica e que libertam Monteiro da constrição da verosimilhança própria das práticas cinematográficas ditas dominantes.http://www.revistas.usp.br/esse/article/view/49364dialogismotranstextualidadepalimpsestonão-linearidade narrativaJoão César Monteiro |
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