Summary: | OBJETIVOS: analisar a contagem dos corpos lamelares em comparação com o teste de Clements na avaliação da maturidade pulmonar fetal em gestantes diabéticas. MÉTODOS: estudo prospectivo envolvendo 62 gestantes submetidas a amniocentese entre a 26ª e a 39ª semana. O líquido amniótico foi imediatamente submetido ao teste de Clements e à contagem de corpos lamelares. Os partos ocorreram até três dias após a amniocentese. A ocorrência de síndrome de angústia respiratória, indicativa de imaturidade pulmonar, foi confrontada com os resultados de imaturidade da amniocentese (ausência de anel completo no 3º tubo e menos de 50.000 corpos lamelares). O teste do chi2 foi utilizado para comparar o desempenho dos dois métodos e p<0,05 foi considerado significante. RESULTADOS: sete neonatos apresentaram síndrome de angustia respiratória (11,3%). A contagem de corpos lamelares e o teste de Clements tiveram desempenhos semelhantes quanto à sensibilidade (100 vs 71,4%, respectivamente) e valor preditivo negativo (100 vs 93,5%). A contagem de corpos lamelares teve melhor especificidade (87,3% vs 52,7; p<0,001), valor preditivo positivo (50 vs 16,1%; p=0,017) e acurácia (88,7% versus 54,8%; p<0,001) que o teste de Clements. CONCLUSÕES: a contagem de corpos lamelares revelou ser método simples e preciso na avaliação da maturidade pulmonar fetal. Comparado ao teste de Clements, tem a vantagem de não necessitar de manipulações e reagentes e de ter melhor desempenho quanto à especificidade, valor preditivo positivo e acurácia. Assim como o teste de Clements, a contagem de corpos lamelares tem alto valor preditivo negativo, assegurando que diante de um resultado maduro (50.000 ou mais), não ocorrerá síndrome de angustia respiratória.<br>PURPOSE: to assess the performance of lamellar body count compared to the shake (Clements) test in the prediction of fetal lung maturity in diabetics. METHODS: prospective study of 62 patients who underwent amniocentesis between the 26th and 39th week of pregnancy. Immediately after collection, the amniotic fluid sample was submitted to the shake test and lamellar body count. Deliveries occurred within three days of amniocentesis. Immature test results (absence of a complete bubble ring in the third tube for the shake test and less than 50,000 lamellar bodies) were confronted with the occurrence of pulmonary immaturity in the neonate (respiratory distress syndrome). The performance of both tests was compared using the chi2 test and p<0.05 was considered to be significant. RESULTS: seven infants had respiratory distress syndrome (11.3%). The lamellar body count and shake test were similar regarding sensitivity (100 vs 71.4%, respectively) and negative predictive value (100 vs 93.5%). Lamellar body count was superior as regards specificity (87.3 vs 52.7%, p=0.0001), positive predictive value (50 vs 16.1%, p=0.017), and accuracy (88.7 vs 54.8%, p<0.001). CONCLUSIONS: lamellar body count is a simple and accurate method of assessing fetal lung maturity. It performs slightly better than the shake test in terms of specificity, positive predictive value and accuracy, with the advantage of not requiring manipulation or reagents. Similar to the shake test, lamellar body count has a high-negative predictive value: mature results (50,000 or more) indicate thar the infant will not have hyaline membrane.
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