De Quilombos a quilombolas: notas sobre um processo histórico-etnográfico
Busca-se neste artigo, através de uma breve revisão, demonstrar que apesar da necessidade de se conhecer a definição histórica de quilombo, a mesma não se aplica de forma adequada à categoria de remanescentes de quilombo ou quilombolas, pois esta se refere a um processo de auto-reconhecimento feito...
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Universidade de São Paulo (USP)
2009-01-01
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doaj-6ee6891f1cfa47a7a92e52ce821a41202020-11-25T02:32:20ZporUniversidade de São Paulo (USP)Revista de Antropologia0034-77011678-98572009-01-0152110.1590/S0034-77012009000100009 De Quilombos a quilombolas: notas sobre um processo histórico-etnográfico Carlos Eduardo Marques0Universidade do Estado de Minas Gerais; Faculdade de Ciências Jurídicas Busca-se neste artigo, através de uma breve revisão, demonstrar que apesar da necessidade de se conhecer a definição histórica de quilombo, a mesma não se aplica de forma adequada à categoria de remanescentes de quilombo ou quilombolas, pois esta se refere a um processo de auto-reconhecimento feito por grupos com características étnicas que se mobilizam ou são mobilizados em torno de conquistas, entre as quais, a posse definitiva de seu território social. A categoria remanescente de quilombos é, portanto, um construto que só atinge sua plenitude na interface entre os discursos antropológico, jurídico, dos quilombolas (nativo) e dos movimentos envolvidos com a temática. E para sua correta compreensão, é necessário que se pratique a etnografia, entendida como o momento privilegiado em que se pode compreender o quilombo não apenas como um lugar definido externamente - ou seja, geograficamente determinado, historicamente construído e (talvez) documentado, ou um achado arqueológico -, mas também como um ente vivo. http://www.revistas.usp.br/ra/article/view/27338Quilomboremanescentes de quilomboetnografia |
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Busca-se neste artigo, através de uma breve revisão, demonstrar que apesar da necessidade de se conhecer a definição histórica de quilombo, a mesma não se aplica de forma adequada à categoria de remanescentes de quilombo ou quilombolas, pois esta se refere a um processo de auto-reconhecimento feito por grupos com características étnicas que se mobilizam ou são mobilizados em torno de conquistas, entre as quais, a posse definitiva de seu território social. A categoria remanescente de quilombos é, portanto, um construto que só atinge sua plenitude na interface entre os discursos antropológico, jurídico, dos quilombolas (nativo) e dos movimentos envolvidos com a temática. E para sua correta compreensão, é necessário que se pratique a etnografia, entendida como o momento privilegiado em que se pode compreender o quilombo não apenas como um lugar definido externamente - ou seja, geograficamente determinado, historicamente construído e (talvez) documentado, ou um achado arqueológico -, mas também como um ente vivo. |
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