Mutações do trabalho e experiência urbana Mutations of work and urban experience

Neste artigo, pergunta-se sobre as dimensões societárias das atuais mutações do trabalho, em particular sua desconexão dos dispositivos do emprego sob as formas variadas de trabalho precário e de subcontratação, ou seja: de que modo as novas realidades do trabalho (e do não-trabalho) redesenham o mu...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Vera da Silva Telles
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade de Sâo Paulo 2006-06-01
Series:Tempo Social
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20702006000100010
Description
Summary:Neste artigo, pergunta-se sobre as dimensões societárias das atuais mutações do trabalho, em particular sua desconexão dos dispositivos do emprego sob as formas variadas de trabalho precário e de subcontratação, ou seja: de que modo as novas realidades do trabalho (e do não-trabalho) redesenham o mundo social, as relações de força e os campos de práticas que fazem a tessitura da cidade e seus espaços. As circunstâncias do trabalho precário e intermitente alteram tempos e espaços da experiência social, bem como a própria experiência urbana nos circuitos descentrados dos "territórios da precariedade". Este artigo propõe prospectar essas novas realidades seguindo os percursos e as trajetórias urbanas das novas gerações. Acredita-se que essa pode ser uma via de entrada profícua para a descrição desse mundo social redefinido: a diferença entre as gerações tem hoje a peculiaridade histórica de coincidir com mudanças de fundo no mundo do trabalho e nas dinâmicas urbanas. Por outro lado, essa é também uma maneira de relançar a pergunta sobre os sentidos do trabalho e seus efeitos estruturantes na vida social.<br>This article inquires into the societal dimensions of contemporary mutations of work, in particular their disconnection from employment mechanisms through various forms of casual work and outsourcing. In other words, it asks in what way the new realities of work (and non-work) redraw the social world, the relations of force and the fields of practices that make up the texture of the city and its spaces. The circumstances of casual and intermittent labour alter the time and space of social experience, as well as the urban experience itself in the decentred circuits we can denominate "territories of precariousness". The article proposes to investigate these new realities by following the paths and urban trajectories of the new generations. It suggests that this is a fertile entry point for describing this redefined social world: the difference between generations today has the historical peculiarity of coinciding with deep changes in the world of work and in urban dynamics. This is also a way of re-approaching the question of the meanings of work and its structuring effects on social life.
ISSN:0103-2070
1809-4554