Summary: | O conflito arquitetônico entre produção formal de habitação e produção informal tem revelado o papel da vivência espacial de comunidades tradicionais como fator decisivo para adaptação habitacional em programas de reassentamento. Objetivou-se investigar relações espaciais que caracterizam o padrão ribeirinho de habitar, denominado tipo palafita amazônico, como apoio à instrumentalização do projeto, visto que o uso de tipos como ponto de partida do projeto amplia possibilidades na concepção arquitetônica ao incluir relações de natureza topológica em complementação aos repertórios formais, tradicionalmente geométricos, no campo da arquitetura. O estudo foi realizado em área de ação governamental de reassentamento habitacional denominada Vila da Barca, na cidade de Belém, Pará, Brasil, abrangendo duas lógicas de ocupação do território: formal, com habitações em sobrados, e informal, com habitações em palafitas. Os resultados alcançados, por uma abordagem multimétodos, evidenciam a identificação dos moradores com princípios do ‘tipo palafita amazônico’ na área da comunidade em palafitas, e nos sobrados após uma série de modificações realizadas por eles ao longo do processo de adaptação ao reassentamento habitacional. As evidências das respostas dos moradores indicam novos caminhos para as decisões de projeto, sendo a caracterização do tipo palafita amazônico uma alternativa para ultrapassar o olhar técnico pautado em representações geométricas como ponto de partida da concepção arquitetônica.
|