A escrita e as suas funções na missão jesuítica do Brasil quinhentista
Qual a importância da perenidade da escrita e das suas funções no quadro da missionação jesuítica, durante os primeiros tempos do Brasil Colonial? O registo descritivo-narrativo do ambiente natural e dos homens (índios, brancos e negros), que eram objecto de (re)cristianização, converteu-se em obrig...
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Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho
2015-06-01
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doaj-6cb9e00e75d2473c8312d5016d5dc1862020-11-24T23:26:42ZengUniversidade Estadual Paulista Julio de Mesquita FilhoHistória1980-43692015-06-0134110912710.1590/1980-436920150001000035S0101-90742015000100109A escrita e as suas funções na missão jesuítica do Brasil quinhentistaJoão Marinho dos SantosQual a importância da perenidade da escrita e das suas funções no quadro da missionação jesuítica, durante os primeiros tempos do Brasil Colonial? O registo descritivo-narrativo do ambiente natural e dos homens (índios, brancos e negros), que eram objecto de (re)cristianização, converteu-se em obrigação (quadrimestral e depois anual) para todos os agentes da "Companhia". Os mais preocupados com a acção deixaram, sobretudo, cartas de carácter narrativo; os mais contemplativos e curiosos descreveram paisagens, plantas, animais e homens com grande interesse pré-científico. Convertido em "língua de Império", o português era, contudo, insuficiente para a acção missionária, pelo que se estudou e registou a "língua brasílica", promovendo-a a "língua de cultura". Internamente, para os jesuítas, escrever era a forma de representar o "Companheiro" (matando a saudade) e, deste modo, concorrer para a formação de um corpo místico (institucional) que extravasava o Império Luso e reforçava a República Cristã.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742015000100109&lng=en&tlng=enlíngua de Impériolíngua de culturacarta ânualegado pré-científico |
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Qual a importância da perenidade da escrita e das suas funções no quadro da missionação jesuítica, durante os primeiros tempos do Brasil Colonial? O registo descritivo-narrativo do ambiente natural e dos homens (índios, brancos e negros), que eram objecto de (re)cristianização, converteu-se em obrigação (quadrimestral e depois anual) para todos os agentes da "Companhia". Os mais preocupados com a acção deixaram, sobretudo, cartas de carácter narrativo; os mais contemplativos e curiosos descreveram paisagens, plantas, animais e homens com grande interesse pré-científico. Convertido em "língua de Império", o português era, contudo, insuficiente para a acção missionária, pelo que se estudou e registou a "língua brasílica", promovendo-a a "língua de cultura". Internamente, para os jesuítas, escrever era a forma de representar o "Companheiro" (matando a saudade) e, deste modo, concorrer para a formação de um corpo místico (institucional) que extravasava o Império Luso e reforçava a República Cristã. |
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