Summary: | Resumo O Fundo Global é uma das ONGs mais importantes do mundo quando se trata do desenvolvimento da saúde global. Em 2015 foi desembolsado quase dez por cento de todo o orçamento à assistência no mundo direcionada à saúde. Em 2011, iniciaram um processo de reforma em resposta a alegações do mau uso das doações recebidas. As reformas têm focado no processo de aplicação do dinheiro, já as estruturas da ONG e seu paradigma tem permanecido intactos. Esta análise trata os resultados das discussões sobre o Fundo Global, seu paradigma de supervisão e monitoramento, e os resultados derivados em Moçambique. Pesquisadores realizaram 37 entrevistas em pessoa e uma entrevista por telefone com 38 partes interessadas em Maputo, Moçambique e membros do Conselho e Secretariado do Fundo Global na Suíça. Os entervistados em Moçambique eram representantes das estruturas locais do Fundo Global (p. ex. destinatários principais), do Ministério da Saúde, e ‘agencias bilaterais ou multilaterais e adidos da saúde ou desenvolvimento de embaixadas parceiras em Moçambique. Foram também incluídos representantes das Nações Unidas, consultores, e coordenadores das ONGs. Codificação temática revelou preocupações quanto à combinação da supervisão fraca no país com os requisitos rigorosos de monitoramento e avaliação; processos que estão conectados ao financiamento baseado em desempenho. A análise revelou que, apesar das mudanças associadas ao New Funding Model (Novo Modelo de Financiamento), a maioria dos consultados, tanto em Genebra como em Maputo, reconhecem que aínda existem desafios na estrutura e no paradigma do Fundo Global. A falta de um escritório em Moçambique tem alguns efeitos negativos, causando dependência em parceiros nacionais e também ineficácia na coordenação. Devido à fraca capacidade de absorção e de gerenciamento no pais, é necessária mais supervisão da que é possível atualmente nas visitas do gerente de carteira em Genebra. Os parceiros em Moçambique fornecem apoio aos beneficiários do Fundo, mas as diferentes tarefas, responsabilidades e prestações de contas precisam ser definidas mais claramente para conseguir uma parceria bem-sucedida a longo prazo. Além disso, os tomadores de decisão em Genebra reconhecem que a coordenação local é imperativa para uma implementação bem-sucedida; os parceiros continuam a apreciar o aumento do envolvimento do Fundo em Moçambique. Atualmente, não existem requisitos institucionais para uma coordenação formal, e o Fundo não tem uma presença continua dentro de grupos de coordenação em Moçambique. O Fundo Global precisa moldar a implementação de projetos e procedimentos de monitoramento às realidades locais que seriam destacadas através de uma coordenação formalizada.
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