A abordagem ecológica e os paradoxos da cidade

O artigo discute as limitações da tese que vincula a pobreza à criminalidade violenta com base nas novas teorias ecológicas sobre a concentração de certos crimes em áreas urbanas. Considera-se que o enfraquecimento de laços interpessoais, intergeracionais e interpares favorece o esgarçamento do teci...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Alba Maria Zaluar
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo (USP) 2012-08-01
Series:Revista de Antropologia
Subjects:
Online Access:http://www.revistas.usp.br/ra/article/view/37712
Description
Summary:O artigo discute as limitações da tese que vincula a pobreza à criminalidade violenta com base nas novas teorias ecológicas sobre a concentração de certos crimes em áreas urbanas. Considera-se que o enfraquecimento de laços interpessoais, intergeracionais e interpares favorece o esgarçamento do tecido social, além de propiciar a impunidade, pois o que distingue as vizinhanças pobres das prósperas, mesmo aquelas em que há níveis semelhantes de crimes nelas cometidos, é o grau de registro dos crimes, mais baixo nas primeiras. A diversidade e o anonimato, concomitantes à maior liberdade dos citadinos vis-à-vis senhores e figuras de autoridade em domínios privados, vieram acompanhados da diminuição dos controles sociais informais sobre os jovens devido aos laços sociais enfraquecidos e à falta de confiança entre vizinhos, o que resultaria no aumento da criminalidade. Este é o cerne da abordagem ecológica discutida à luz da situação vivida no Rio de Janeiro e seus paradoxos.
ISSN:0034-7701
1678-9857