Summary: | A crise global cria demandas gerais e específicas e assevera, cada vez mais, as assimetrias e desigualdades nas sociedades. No campo da produção habitacional, o estudo e apropriação da técnica e a tecnologia pode contribuir na ruptura do ciclo de expropriação da força de trabalho e de domínio das classes que detêm os meios de produção. Todavia, historicamente, com a especialização do trabalho e com a divisão das disciplinas, desde o início da modernidade, as decisões técnicas têm se concentrado nas mãos de técnicos legitimados por uma racionalidade que, ao defender interesses do sistema econômico, subtraem alguns critérios fundamentais para determinar as melhores escolhas, como por exemplo a divisão social do trabalho, os impactos ambientais, as componentes simbólicas presentes no ambiente habitado, entre outras. Neste artigo são relembradas algumas possibilidades tecnológicas na produção habitacional brasileira para além daquelas de caráter dominante e hegemônico. Expõem-se, aqui, ações práticas possíveis que podem conduzir outros trabalhos, futuros ou em curso, à uma condição de autonomia tecnológica, considerando agendas e problemas específicos, em realidades que permitem a inclusão de atores, outros, para além daqueles legitimados pela razão técnica.
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