As emoções e a transmissão linguística intergeracional: um estudo de caso
Desde meados do século XIX, as línguas de imigração passaram a fazer parte de muitas sociedades no Brasil. Apesar de pressões nacionalistas, a transmissão linguística intergeracional conseguiu dar sobrevida a algumas dessas línguas, sobretudo pelo seu apelo emocional nos ambientes mais íntimos. Com...
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Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Linguística
2017-09-01
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Series: | Working Papers em Linguística |
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Online Access: | https://periodicos.ufsc.br/index.php/workingpapers/article/view/48722 |
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doaj-6b161d8e371444f4a08283b1f7eddd5e2020-11-24T21:02:59ZporUniversidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em LinguísticaWorking Papers em Linguística1415-14641984-84202017-09-01181466110.5007/1984-8420.2017v18n1p4627745As emoções e a transmissão linguística intergeracional: um estudo de casoMario Luis Monachesi Gaio0Universidade Federal Fluminense (UFF) e Europa-Universität Viadrina (EUV)Desde meados do século XIX, as línguas de imigração passaram a fazer parte de muitas sociedades no Brasil. Apesar de pressões nacionalistas, a transmissão linguística intergeracional conseguiu dar sobrevida a algumas dessas línguas, sobretudo pelo seu apelo emocional nos ambientes mais íntimos. Com base nos estudos sobre a relação entre língua e emoção (AVERILL, 1982; HARKINS; WIERZBICKA, 2001; DEWAELE; PAVLENKO, 2002; DEWAELE, 2013; PAVLENKO, 2012), apresentamos um estudo de caso que exemplifica uma situação real de transmissão lexical motivada por emoção. Durante um empreendimento comum, o deslocamento de uma casa de madeira, um grupo de pessoas conversa entre si em uma variedade do Português Brasileiro (PB) influenciada por traços da língua vêneta. Quando algo de errado acontece, as emoções afloram e o protagonista da cena pragueja na língua de seus ancestrais, numa demonstração de que práticas linguísticas podem permanecer no seio de comunidades de descendentes de imigrantes, mesmo que a língua tenha sofrido o processo de language shift, e que tais práticas têm maior probabilidade de se manifestar se motivadas por momentos que evocam emoção.https://periodicos.ufsc.br/index.php/workingpapers/article/view/48722Contato de línguasLínguas de imigraçãoImigração italiana no BrasilEmoções na língua |
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Mario Luis Monachesi Gaio |
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Desde meados do século XIX, as línguas de imigração passaram a fazer parte de muitas sociedades no Brasil. Apesar de pressões nacionalistas, a transmissão linguística intergeracional conseguiu dar sobrevida a algumas dessas línguas, sobretudo pelo seu apelo emocional nos ambientes mais íntimos. Com base nos estudos sobre a relação entre língua e emoção (AVERILL, 1982; HARKINS; WIERZBICKA, 2001; DEWAELE; PAVLENKO, 2002; DEWAELE, 2013; PAVLENKO, 2012), apresentamos um estudo de caso que exemplifica uma situação real de transmissão lexical motivada por emoção. Durante um empreendimento comum, o deslocamento de uma casa de madeira, um grupo de pessoas conversa entre si em uma variedade do Português Brasileiro (PB) influenciada por traços da língua vêneta. Quando algo de errado acontece, as emoções afloram e o protagonista da cena pragueja na língua de seus ancestrais, numa demonstração de que práticas linguísticas podem permanecer no seio de comunidades de descendentes de imigrantes, mesmo que a língua tenha sofrido o processo de language shift, e que tais práticas têm maior probabilidade de se manifestar se motivadas por momentos que evocam emoção. |
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