Terremoto Fóssil Evidenciado pela Brecha Tectônica Silicificada da Área de Cabo Frio, RJ, e sua Relação com a Gênese do Movimento Intermitente da Falha e o Hidrotermalismo Amagmático Associado
Este trabalho apresenta o estado atual das pesquisas geológicas e petrográficas da brecha tectônica silicificada na área de Cabo Frio, RJ. A partir dos resultados, os autores propõem um modelo para o mecanismo de deslocamentos intermitentes das falhas. As zonas de brecha tectônica têm largura de 50...
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Universidade Federal do Rio de Janeiro
2012-07-01
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doaj-6b0b9e84c76e4ea98254d1a17fbfa1662020-11-25T03:58:35ZengUniversidade Federal do Rio de JaneiroAnuário do Instituto de Geociências0101-97591982-39082012-07-01352124139Terremoto Fóssil Evidenciado pela Brecha Tectônica Silicificada da Área de Cabo Frio, RJ, e sua Relação com a Gênese do Movimento Intermitente da Falha e o Hidrotermalismo Amagmático AssociadoAkihisa Motoki0Thais Vargas1Woldemar Iwanuch2Dean Pereira de Melo3Susanna Eleonora Sichel4Alex Balmant5José Ribeiro Aires6 Kenji Freire Motoki7Universidade do Estado do Rio de JaneiroUniversidade do Estado do Rio de JaneiroUniversidade do Estado do Rio de JaneiroPETROBRAS - CENPESUniversidade Federal FluminenseUniversidade do Estado do Rio de JaneiroPETROBRAS/ABASTECIMENTOUniversidade Federal FluminenseEste trabalho apresenta o estado atual das pesquisas geológicas e petrográficas da brecha tectônica silicificada na área de Cabo Frio, RJ. A partir dos resultados, os autores propõem um modelo para o mecanismo de deslocamentos intermitentes das falhas. As zonas de brecha tectônica têm largura de 50 cm a 20 m e direção geral de NE-SW. Essas são cortadas por diques máficos do Eocretáceo. Os clastos são angulosos e caracterizados pela textura de autobrechação. A matriz é consolidada firmemente pela silicificação com disseminação de hematita, carbonatos e sericita. As zonas de brecha são distribuídas aleatoriamente em uma ampla área do Estado. Esta observação indica que a silicificação não está relacionada aos magmatismos locais de intrusões alcalinas do Cretáceo ao Eocenozóico. Uma idéia alternativa é o hidrotermalismo originado do gradiente geotérmico. De acordo com o gradiente geotérmico normal da região continental, de 25 a 30°C/km, a temperatura atribuída à faixa de profundidade de 6 a 8 km é de 180 a 220°C. Nesta condição, o H2 O presente aí comporta como líquido hidrotermal. Este tipo de hidrotermalismo, sem participação de magmas, é denominado hidrotermalismo amagmático. Quando ocorreu o terremoto, formou-se uma zona de cataclase. A água da superfície que infiltrou ao longo dessa e chegou a profundidade de 6 a 8 km transformouse em líquido hidrotermal amagmático. Conforme os reajustes de esforços e a conseqüente acomodação dos blocos rochosos crustais, o líquido hidrotermal foi pressionado e foi forçado a subir ao longo da zona de cataclase. Durante a ascensão e resfriamento do líquido hidrotermal, ocorreu a silicificação e consolidação da zona de cataclase. As brechas tectônicas silicificadas observadas na área estudada podem representar este fenômeno que ocorreu no tempo geológico. Através da silicificação e consolidação hidrotermal, o plano de falha transformou-se de uma zona de fraqueza em uma zona de rigidez mecânica, o que possibilitou a acumulação da energia tectônica na forma de deformação elástica. Isto é, durante e logo após o terremoto, o plano da falha foi uma zona de debilidade, entretanto durante o período entre terremotos, foi uma zona de alta rigidez. Os clastos desta brecha são constituídos por rocha cataclástica silicificada. Esta observação indica que o rompimento do plano de falha e sua consolidação hidrotermal ocorreram repetidamente, o que implica terremotos repetidos ao longo da mesma falha. Os autores propõem este processo como um mecanismo adicional para o movimento intermitente de falhas. O hidrotermalismo amagmático pode ser uma representação geológica da asperidade. Essa é um conceito sismológico que corresponde à localidade específica no plano de falha em que ocorre estagnação do movimento possibilitando a acumulação da energia tectônica na forma de deformação elástica. O terremoto novo ocorre através do rompimento da asperidade.http://www.anuario.igeo.ufrj.br/2012_2/2012_2_124_139.pdfBrecha tectônicaterremoto fóssilMovimento intermitenteHidrotermalismo amagmáticoAsperidadeCabo Frio |
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Este trabalho apresenta o estado atual das pesquisas geológicas e petrográficas da brecha tectônica silicificada na área de Cabo Frio, RJ. A partir
dos resultados, os autores propõem um modelo para o mecanismo de deslocamentos intermitentes das falhas. As zonas de brecha tectônica têm largura de 50
cm a 20 m e direção geral de NE-SW. Essas são cortadas por diques máficos do Eocretáceo. Os clastos são angulosos e caracterizados pela textura de autobrechação.
A matriz é consolidada firmemente pela silicificação com disseminação de hematita, carbonatos e sericita. As zonas de brecha são distribuídas
aleatoriamente em uma ampla área do Estado. Esta observação indica que a silicificação não está relacionada aos magmatismos locais de intrusões alcalinas
do Cretáceo ao Eocenozóico. Uma idéia alternativa é o hidrotermalismo originado do gradiente geotérmico. De acordo com o gradiente geotérmico normal
da região continental, de 25 a 30°C/km, a temperatura atribuída à faixa de profundidade de 6 a 8 km é de 180 a 220°C. Nesta condição, o H2
O presente
aí comporta como líquido hidrotermal. Este tipo de hidrotermalismo, sem participação de magmas, é denominado hidrotermalismo amagmático. Quando
ocorreu o terremoto, formou-se uma zona de cataclase. A água da superfície que infiltrou ao longo dessa e chegou a profundidade de 6 a 8 km transformouse
em líquido hidrotermal amagmático. Conforme os reajustes de esforços e a conseqüente acomodação dos blocos rochosos crustais, o líquido hidrotermal
foi pressionado e foi forçado a subir ao longo da zona de cataclase. Durante a ascensão e resfriamento do líquido hidrotermal, ocorreu a silicificação
e consolidação da zona de cataclase. As brechas tectônicas silicificadas observadas na área estudada podem representar este fenômeno que ocorreu no
tempo geológico. Através da silicificação e consolidação hidrotermal, o plano de falha transformou-se de uma zona de fraqueza em uma zona de rigidez
mecânica, o que possibilitou a acumulação da energia tectônica na forma de deformação elástica. Isto é, durante e logo após o terremoto, o plano da falha
foi uma zona de debilidade, entretanto durante o período entre terremotos, foi uma zona de alta rigidez. Os clastos desta brecha são constituídos por rocha
cataclástica silicificada. Esta observação indica que o rompimento do plano de falha e sua consolidação hidrotermal ocorreram repetidamente, o que
implica terremotos repetidos ao longo da mesma falha. Os autores propõem este processo como um mecanismo adicional para o movimento intermitente de
falhas. O hidrotermalismo amagmático pode ser uma representação geológica da asperidade. Essa é um conceito sismológico que corresponde à localidade
específica no plano de falha em que ocorre estagnação do movimento possibilitando a acumulação da energia tectônica na forma de deformação elástica. O
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