Destinos do método clínico na contemporaneidade

O método experimental como garantia de cientificidade é abordado, assim como seu peso e idealização na ideologia cientificista atual. Destaca-se que o método clínico se distingue epistemologicamente do método experimental, e que a ambição de considerá-lo como ciência é equivocada. A psicanálise é to...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ana Maria Rudge
Format: Article
Language:English
Published: Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental 2012-09-01
Series:Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47142012000300005&lng=en&tlng=en
Description
Summary:O método experimental como garantia de cientificidade é abordado, assim como seu peso e idealização na ideologia cientificista atual. Destaca-se que o método clínico se distingue epistemologicamente do método experimental, e que a ambição de considerá-lo como ciência é equivocada. A psicanálise é tomada como um exemplo, visto que as tentativas de torcê-la de forma a que algum simulacro de teste empírico de sua validade seja possível nunca esmoreceram, apesar de Freud ter dito claramente que seu campo epistemológico era incompatível com isto, e que o método psicanalítico é irredutível à testabilidade, pois é uma medida terapêutica que não visa provar coisa alguma, mas alterar algo. Sendo ao mesmo tempo um tratamento e um método de investigação, o que a psicanálise visa é minorar o sofrimento neurótico e a reiteração nos caminhos que levam ao pior. Não só a psicanálise, mas toda forma de clínica requer a escuta e a atenção ao que é inevitavelmente singular, o que é um trabalho de Eros, e que vai contra a tendência atual à objetificação das formas de diagnóstico e aos protocolos de tratamento.
ISSN:1984-0381