Summary: | Este artigo examina os fatores históricos, sociais e demográficos que contribuíram para as mudanças dos papéis dos xamãs entre dois grupos indígenas da Colômbia. Os xamãs do vale do Sibundoy fortaleceram seu papel de cura durante o século XX por meio da articulação com as práticas terapêuticas da medicina popular conhecida como curanderismo. Entretanto, durante o mesmo período, os xamãs Siona, que habitam as terras baixas da Amazônia, perderam sua posição de líderes político-religiosos, e cessaram de praticar seus rituais durante duas décadas. Por meio desta comparação, argumenta-se que o xamanismo deve ser visto como um fenômeno constantemente em mudança, que emerge das interações entre fatores sociais, culturais, históricos e demográficos em situações específicas. O papel do xamã não é um fenômeno homogêneo, mas um que está em construção contínua, dependente da ação dos atores sociais em contextos particulares.
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