Os níveis de saúde na região da Grande São Paulo Health levels in the area of the "Greater São Paulo" (Brasil)
Os níveis de saúde foram estudados, através de um série histórica, para a área metropolitana de São Paulo, formada por 37 municípios com uma população aproximada de 8 milhões de habitantes. A análise por sub-região e por município apresentou-se limitada, uma vez que os dados de estatística vital são...
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade de São Paulo
1970-12-01
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Series: | Revista de Saúde Pública |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101970000200004 |
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João Yunes Rosa Bromberg |
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0034-8910 1518-8787 |
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1970-12-01 |
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Os níveis de saúde foram estudados, através de um série histórica, para a área metropolitana de São Paulo, formada por 37 municípios com uma população aproximada de 8 milhões de habitantes. A análise por sub-região e por município apresentou-se limitada, uma vez que os dados de estatística vital são registrados pelo local de ocorrência e não de procedência, podendo ocorrer superestimação dos valores dos coeficientes para as áreas onde os recursos de saúde são mais disponíveis - o caso do município de São Paulo - funcionando êste como centro polarizador de assistência médica. O decréscimo de mortalidade geral nos últimos 8 anos foi discreto, passando de 8,53 para 7,67 óbitos por mil habitantes. Tal valor não pode ser considerado satisfatório por ser jovem a população da área estudada (40% menor de 20 anos). A curva de Nelson de Moraes (curva de Mortalidade Proporcional) tendeu para a forma de um "J" normal, caracterizando um nível de saúde regular da área estudada. De acordo com as principais causas de óbitos, as condições de saúde demonstram um estágio insatisfatório, pois, embora as doenças do Aparelho Circulatório e Neoplasmas figurem como as duas primeiras causas, à semelhança dos países desenvolvidos, a seguir predominam as doenças da primeira Infância, do Aparelho Respiratório, Digestivo, Infecciosas e Parasitárias, como ocorre em áreas subdesenvolvidas. Pelas principais causas de óbitos, a Região da Grande São Paulo coloca-se numa situação intermediária entre áreas subdesenvolvidas e desenvolvidas. Entre os principais óbitos ocorridos por moléstias transmissíveis destacaram-se, por ordem decrescente de grandeza, a Tuberculose, Sarampo, Sífilis, Tétano, Disenteria, Coqueluche e Difteria. O coeficiente de Mortalidade Infantil a partir de 1961 começou aumentar (61,34/1000), alcançando em 1967 o valor de 74,92/1000. Êste aumento se deveu tanto à mortalidade neonatal como à infantil tardia. A mesma tendência se verificou para o Município e o Estado de São Paulo, denotando, portanto, uma piora nas condições de saúde. Tal fato é incompatível com as características da área, uma vez que é a região mais urbanizada e desenvolvida sócio-econômicamente, não só do Estado, como do país e talvez da América Latina. Entre as principais causas de óbitos na Mortalidade Infantil, destacam-se em ordem decrescente as causas Pré-natais, Natais e Neonatais, Doenças do Aparelho Digestivo, Doenças do Aparelho Respiratório e Doenças Infecciosas e Parasitárias. As principais moléstias transmissíveis na mortalidade infantil foram em ordem decrescente: Sarampo, Coqueluche, Tétano, Tuberculose, Disenteria, Infecções meningocócicas, Varíola e Encefalite. Entre os principais fatôres predisponentes, assinalou-se: precária assistência materno-infantil, carência de leitos gratuitos em maternidade, alta proporção de nascimentos domiciliares, falta de pessoal especializado para atendimento infantil, inadequadas condições de saneamento (40% da população sem rêde pública de água e 65% sem rêde de esgôto), deficit de leitos hospitalares infantis para a população de menor poder aquisitivo e, sobretudo, baixo nível sócio-econômico de uma boa parcela da população em estudo.<br>Health levels were studied through a historical series in the Metropolitan Area of S. Paulo (Brazil), composed of 37 cities with a population of 8 millions inhabitants. Analysis made by region and cities seemed limited, since the vital statistical data are recorded through the local occurrence and not through the local origin. For this, superestimation of rates can happen exactly in the areas where the health resources are more available like the city of S. Paulo, which works as a polorizing center of medical care. The fall of crude death rate in the last eight years was low, changing from 8.53 to 7.67 deaths per thousand inhabitants. Nelson de Moraes' Curve (proportional deaths ratio) tended to a normal form of a "J", which demonstrated a regular health level of the studied are. According to the main causes of death, health levels showed an inadequate condition, for, although Circulatory Diseases and Neoplasm are the two main causes of death, even in developed countries, next comes Childhood Diseases, Respiratory Diseases, Digestive System Diseases and Infection and Parasitoses Diseases like in underdeceloped ares. The area of the Greater São Paulo (Brazil) itself in an intermediate position between developed and underdeveloped countries according to the causes of death that occurs in its area. Tuberculoses, Measles, Siphilis, Tetanus, Dysenteria, Whooping Cough and Diphteria were among the communicable diseases the main causes of death. The infantil mortality rate since 1961 (61.34/1000) had increased rapidly and had reached 74.92/1000 live birth in 1967. This increase was caused either by neo-natal or post-neonatal mortality. The trends happened to the city and to the State of S. Paulo, showing in this way an agravation in the health levels. Such event is unvailable with the characteristics of the area of the Greater S. Paulo (Brazil), since this is the most urbanized and social-economical developed region, not only of the State of S. Paulo, but also of Brazil, and may be of Latin America. Among the main causes of death in the infant mortality rate, appears in decreasing order, prenatal, natal and neonatal deaths, Digestive system Diseases, Respiratory Diseases and Infection Diseases. Among the main Communicable Diseases in the infant mortality period appears Measles, Whooping Cough, Tetanus, Tuberculoses, Dysenteria, Meningococcus Infections, Smallpox and Encephalites. Among the main predisponent factors, were pointed out poor maternal and infant care, lack of maternity beds to indigent people, high proportion of home deliveries, lack of qualified persons to attend infant care, inadequate enviromental health (40% of population without public water supply and 65% without public sewerage system), lack of infantil beds, mainly to the population of the lower social-economical conditions. |
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O decréscimo de mortalidade geral nos últimos 8 anos foi discreto, passando de 8,53 para 7,67 óbitos por mil habitantes. Tal valor não pode ser considerado satisfatório por ser jovem a população da área estudada (40% menor de 20 anos). A curva de Nelson de Moraes (curva de Mortalidade Proporcional) tendeu para a forma de um "J" normal, caracterizando um nível de saúde regular da área estudada. De acordo com as principais causas de óbitos, as condições de saúde demonstram um estágio insatisfatório, pois, embora as doenças do Aparelho Circulatório e Neoplasmas figurem como as duas primeiras causas, à semelhança dos países desenvolvidos, a seguir predominam as doenças da primeira Infância, do Aparelho Respiratório, Digestivo, Infecciosas e Parasitárias, como ocorre em áreas subdesenvolvidas. Pelas principais causas de óbitos, a Região da Grande São Paulo coloca-se numa situação intermediária entre áreas subdesenvolvidas e desenvolvidas. Entre os principais óbitos ocorridos por moléstias transmissíveis destacaram-se, por ordem decrescente de grandeza, a Tuberculose, Sarampo, Sífilis, Tétano, Disenteria, Coqueluche e Difteria. O coeficiente de Mortalidade Infantil a partir de 1961 começou aumentar (61,34/1000), alcançando em 1967 o valor de 74,92/1000. Êste aumento se deveu tanto à mortalidade neonatal como à infantil tardia. A mesma tendência se verificou para o Município e o Estado de São Paulo, denotando, portanto, uma piora nas condições de saúde. Tal fato é incompatível com as características da área, uma vez que é a região mais urbanizada e desenvolvida sócio-econômicamente, não só do Estado, como do país e talvez da América Latina. Entre as principais causas de óbitos na Mortalidade Infantil, destacam-se em ordem decrescente as causas Pré-natais, Natais e Neonatais, Doenças do Aparelho Digestivo, Doenças do Aparelho Respiratório e Doenças Infecciosas e Parasitárias. As principais moléstias transmissíveis na mortalidade infantil foram em ordem decrescente: Sarampo, Coqueluche, Tétano, Tuberculose, Disenteria, Infecções meningocócicas, Varíola e Encefalite. Entre os principais fatôres predisponentes, assinalou-se: precária assistência materno-infantil, carência de leitos gratuitos em maternidade, alta proporção de nascimentos domiciliares, falta de pessoal especializado para atendimento infantil, inadequadas condições de saneamento (40% da população sem rêde pública de água e 65% sem rêde de esgôto), deficit de leitos hospitalares infantis para a população de menor poder aquisitivo e, sobretudo, baixo nível sócio-econômico de uma boa parcela da população em estudo.<br>Health levels were studied through a historical series in the Metropolitan Area of S. Paulo (Brazil), composed of 37 cities with a population of 8 millions inhabitants. Analysis made by region and cities seemed limited, since the vital statistical data are recorded through the local occurrence and not through the local origin. For this, superestimation of rates can happen exactly in the areas where the health resources are more available like the city of S. Paulo, which works as a polorizing center of medical care. The fall of crude death rate in the last eight years was low, changing from 8.53 to 7.67 deaths per thousand inhabitants. Nelson de Moraes' Curve (proportional deaths ratio) tended to a normal form of a "J", which demonstrated a regular health level of the studied are. According to the main causes of death, health levels showed an inadequate condition, for, although Circulatory Diseases and Neoplasm are the two main causes of death, even in developed countries, next comes Childhood Diseases, Respiratory Diseases, Digestive System Diseases and Infection and Parasitoses Diseases like in underdeceloped ares. The area of the Greater São Paulo (Brazil) itself in an intermediate position between developed and underdeveloped countries according to the causes of death that occurs in its area. Tuberculoses, Measles, Siphilis, Tetanus, Dysenteria, Whooping Cough and Diphteria were among the communicable diseases the main causes of death. The infantil mortality rate since 1961 (61.34/1000) had increased rapidly and had reached 74.92/1000 live birth in 1967. This increase was caused either by neo-natal or post-neonatal mortality. The trends happened to the city and to the State of S. Paulo, showing in this way an agravation in the health levels. Such event is unvailable with the characteristics of the area of the Greater S. Paulo (Brazil), since this is the most urbanized and social-economical developed region, not only of the State of S. Paulo, but also of Brazil, and may be of Latin America. Among the main causes of death in the infant mortality rate, appears in decreasing order, prenatal, natal and neonatal deaths, Digestive system Diseases, Respiratory Diseases and Infection Diseases. Among the main Communicable Diseases in the infant mortality period appears Measles, Whooping Cough, Tetanus, Tuberculoses, Dysenteria, Meningococcus Infections, Smallpox and Encephalites. Among the main predisponent factors, were pointed out poor maternal and infant care, lack of maternity beds to indigent people, high proportion of home deliveries, lack of qualified persons to attend infant care, inadequate enviromental health (40% of population without public water supply and 65% without public sewerage system), lack of infantil beds, mainly to the population of the lower social-economical conditions.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101970000200004 |