Summary: | Este trabalho de conclusão do Curso de Psicopedagogia objetivou analisar o desenvolvimento do autoconceito de gênero em crianças da educação infantil da Escola de Educação Básica da Universidade Federal da Paraíba nas interações livres com os seus pares. Realizou-se uma abordagem qualitativa, durante o segundo semestre de 2013, com observações participantes e não participantes de grupos de meninas, grupos de meninos e entre meninos e meninas interagindo juntos em um mesmo grupo. O procedimento analítico utilizado foi análise de conteúdo, incluindo as falas, movimentos corporais e espaciais, a partir das seguintes questões norteadoras: as crianças expressam o autoconceito de gênero em interações livres? As crianças demonstram uma construção de inequidade e tipificação de gênero? Verificou-se que as crianças da educação infantil já reproduzem as desigualdades entre os sexos, e que são os adultos mais próximos como as/os professores/as e cuidadores/as na escola e o pai e a mãe em suas casas os grandes contribuintes da construção do seu autoconceito de gênero, demonstrando que essa construção é alimentada pelo machismo, sexismo e homofobia, transmitidos principalmente através da linguagem, de atitudes e comportamentos. Observou-se que as crianças diariamente tipificam, classificam e discriminam lugares, cores, brinquedos, brincadeiras, jogos, comportamentos, espaços e tarefas de acordo com cada sexo, reforçando os valores pensados e impostos pela cultura hegemônica para modelos de feminilidade e masculinidade, internalizando e reproduzindo a inequidade de gênero. Portanto, para a escola desconstruir essas relações, linguagens, identidades e autoconceitos, precisa tornar-se um espaço plural, de igualdade e equidade de gênero, por meio de uma educação não sexista.
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