Preconceito e saúde: uma relação que precisa ser cuidada

INTRODUÇÃO: O preconceito e a falta de empatia pelo paciente são fatores que comprometem a relação médico paciente. Nesse sentido, a satisfação, utilização e a confiança do indivíduo em relação aos serviços de saúde, além da adesão às intervenções propostas pelos profissionais são afetados, de manei...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Ana Laura Schliemann, Giovanna Leite de Souza, Isabella Vitória Figueiredo
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2020-11-01
Series:Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba
Subjects:
Online Access:https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/51572
Description
Summary:INTRODUÇÃO: O preconceito e a falta de empatia pelo paciente são fatores que comprometem a relação médico paciente. Nesse sentido, a satisfação, utilização e a confiança do indivíduo em relação aos serviços de saúde, além da adesão às intervenções propostas pelos profissionais são afetados, de maneira a impactar negativamente os resultados esperados. É, portanto, na formação dos estudantes que essa problemática deve ser reconhecida e trabalhada. OBJETIVO: O objetivo do trabalho foi identificar se alunos do curso de Medicina identificam, sofreram e/ou praticam preconceitos. Os objetivos específicos foram identificar quais os tipos de preconceitos mais recorrentes entre os estudantes de medicina; delimitar em quais situações os preconceitos são apresentados; identificar os tipos de preconceitos já sofridos e cometidos pelos graduandos. MÉTODO: O presente estudo foi de natureza quantitativa e qualitativa. Após a revisão da literatura sobre os temas, um questionário foi elaborado pelo GoogleForms, com questões abertas e fechadas, e enviado por WhatsApp e e-mail aos estudantes de medicina da universidade durante seis meses. Resultados: Foram obtidas 169 respostas sendo que 76,3% dos respondentes pertenciam ao sexo feminino, 23,7% ao masculino; a maioria dos respondentes está nos três primeiros anos; 74% diz já ter praticado algum tipo de preconceito enquanto 62,7% já diz ter sofrido uma ação preconceituosa; 65% já presenciou uma atitude preconceituosa em um aparelho de saúde. Os preconceitos mais identificados, sofridos e praticados pelos respondentes foram: o racismo, a homofobia, xenofobia, religioso, gordofobia, pessoa com deficiência, sexismo e relacionado à escolaridade. Observa-se que o total de pessoas que já se sentiram vítima de ações preconceituosas ou foram autores dessas práticas é alto e, nessa perspectiva, um desafio será o de transformar as práticas dentro das próprias instituições de ensino superior, no sentido de valorizar saberes, quebrar preconceitos e ofertar as mesmas oportunidades para todas as pessoas que possam estar sendo atingidas pelos preconceitos citados. Os dados avaliados também indicaram evidências de preconceito presentes nas atitudes de profissionais da saúde já treinados. CONCLUSÃO: Os objetivos foram alcançados, mas mostram preconceitos que geram sofrimento e intensa violência. Diante disso, foi criado um programa de enfrentamento de ações psicoeducativas com os alunos dos referidos cursos.
ISSN:1517-8242
1984-4840