Summary: | Este artigo estabelece uma discussão a partir da premissa de que a institucionalização envolve processos por meio dos quais valores sociais (práticas, crenças e obrigações) assumem o status de regras de pensamento e de ação social. Busca, assim, indicar como uma sociedade viabiliza a materialização de novos padrões de racionalidade, de modo que estes passem a interferir nas concepções de realidade de seus sujeitos. O estudo apresenta um modelo de análise sistêmico da responsabilidade social corporativa, integrando os conceitos da lógica do desenvolvimento social, proposta por Jürgen Habermas, e os processos de isomorfismo observados nas organizações e oriundos da teoria institucional. Com o intuito de fornecer um modelo de análise teórico-empírica do tema, as iniciativas socioambientais são justificadas, inicialmente, pelo seu papel como fator de diferenciação ou como estabelecedor da reputação da organização e de seus produtos e serviços. Na sequência, observa-se um processo de normatização, quando é definido um novo padrão mínimo de atuação das organizações e, porque não dizer, de maturidade social, reiniciando nesse ponto uma nova busca de diferenciais competitivos e avanços sociais. Esse enfoque de investigação da atuação das empresas na arena socioambiental rompe com a perspectiva ingênua e voluntarista de que a emergência dessas iniciativas ocorra conforme diferentes níveis de conscientização do meio empresarial.
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