Sofrimento social: idiomas da exclusão e políticas do assistencialismo Social suffering: languages of exclusion and welfare policies

O conceito de sofrimento social emergiu nas últimas décadas como um novo paradigma das ciências sociais e como lente particularmente apropriada para olhar as relações profundas entre a experiência subjetiva do mal-estar e os processos históricos e sociais mais amplos. O presente artigo, e os contrib...

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Bibliographic Details
Main Authors: Chiara Pussetti, Micol Brazzabeni
Format: Article
Language:English
Published: Centro em Rede de Investigação em Antropologia 2011-06-01
Series:Etnográfica: Revista do Centro em Rede de Investigação em Antropologia
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612011000300003
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spelling doaj-66d6dfc3da0944fd973bd00d50699b1d2020-11-25T00:13:27ZengCentro em Rede de Investigação em AntropologiaEtnográfica: Revista do Centro em Rede de Investigação em Antropologia0873-65612011-06-01153467478Sofrimento social: idiomas da exclusão e políticas do assistencialismo Social suffering: languages of exclusion and welfare policiesChiara PussettiMicol BrazzabeniO conceito de sofrimento social emergiu nas últimas décadas como um novo paradigma das ciências sociais e como lente particularmente apropriada para olhar as relações profundas entre a experiência subjetiva do mal-estar e os processos históricos e sociais mais amplos. O presente artigo, e os contributos aqui reunidos, pretendem abordar o sofrimento social sob três pontos de vista que consideramos fundamentais: 1) a forma paradoxal como é retirado ou atribuído o poder às pessoas; 2) a apropriação, por parte das instituições que criam as condições para que o sofrimento tenha lugar, das teorias “salvíficas” sobre a utilidade do sofrimento com vista a um bem-estar maior e futuro da humanidade; 3) a evidência de quanto a assistência, os cuidados, o Estado-social, a proteção humanitária e até os direitos, podem ser manipulados e imbricados na definição e organização das modalidades de pertença ou exclusão nacional, até ao extremo da redução do indivíduo à sua “vida nua”.<br>The concept of social suffering has emerged in recent decades as a new paradigm in social sciences and as a particularly appropriated lens to look at the deep relationships between the subjective experience of malaise and the broader historical and social processes. This article and the contributions gathered in this dossier aim to address social suffering from three different basic points of view: 1) the paradoxical form by which power is taken from or given to the people; 2) the appropriation, by the institutions that create the conditions for that suffering to take place, of “salvific” theories about the usefulness of suffering in order to achieve a greater and future well-being of humanity; 3) the evidence of the extent to which care and cure, the welfare-state, humanitarian protection, or even rights can be manipulated and intertwined in the definition and organization of the modalities of national belonging or exclusion, to the extreme reduction of the individual to his “bare life”.http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612011000300003sofrimento socialagência e subjetividadepolíticas de assistencialismosocial sufferingagency and subjectivitywelfare policies
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