Genealogia e Agonismo como Metodologia nas Relações Internacionais

Este artigo baseia-se em sugestões teórico-metodológicas de Michel Foucault. Em especial, focaremos a analítica das relações de poder/saber, a genealogia, o agonismo, e as visões desse autor sobre justiça, veridicção e constituição dos sujeitos. Para sugerir como trabalha a metodologia genealógica,...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Emerson Maione, Thiago Rodrigues
Format: Article
Language:English
Published: Associação Brasileira de Relações Internacionais 2019-05-01
Series:Carta Internacional
Online Access:https://www.cartainternacional.abri.org.br/Carta/article/view/821
Description
Summary:Este artigo baseia-se em sugestões teórico-metodológicas de Michel Foucault. Em especial, focaremos a analítica das relações de poder/saber, a genealogia, o agonismo, e as visões desse autor sobre justiça, veridicção e constituição dos sujeitos. Para sugerir como trabalha a metodologia genealógica, trazemos breves ilustrações sobre justiça de transição. Daí emerge uma sugestão de análise da justiça de transição que visa enxergá-la não como algo que apenas busque romanticamente a “verdade” e a “justiça”, mas também como uma verdadeira frente de batalha cujo resultado dependerá das variações das relações de força em embates localizados. Sugere-se, portanto, que a genealogia é uma metodologia capaz de gerar análises que fujam do maniqueísmo que estabelece, rigidamente, o “certo” e o “errado”, o “justo” e o “injusto”. E uma vez que a genealogia é, em si mesma, uma abordagem altamente política, parcial, ela busca questionar discursos que, ao contrário, se apresentam como neutros e universais. Por isso ela se foca não em “objetos” rígidos e supostamente isoláveis do conjunto de acontecimentos sociais, mas interpela os acontecimentos, discursos e práticas de poder, interessada em identificar quais relações de poder e saber moldaram tal objeto.
ISSN:2526-9038