Marias que contam histórias: a escrita da vida e as marcas de uma escrita negra em três autoras brasileiras
Este artigo pretende fazer uma discussão sobre a produção literária de três autoras negras, diaspóricas e que até bem pouco tempo estavam ausentes das rodas de conversas, das discussões acadêmicas e das referências de autores considerados como os grandes críticos da literatura brasileira, entre eles...
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Centro Latino-Americano de Estudos em Cultura
2019-05-01
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doaj-64b0c5342ee34da9a175040a5b08eb622020-11-25T02:51:08ZspaCentro Latino-Americano de Estudos em CulturaRevista Latino Americana de Estudos em Cultura e Sociedade2525-78702019-05-015510.23899/relacult.v5i5.1533876Marias que contam histórias: a escrita da vida e as marcas de uma escrita negra em três autoras brasileirasMaria de Nazaré Barreto TRindade0UFPA SEmecEste artigo pretende fazer uma discussão sobre a produção literária de três autoras negras, diaspóricas e que até bem pouco tempo estavam ausentes das rodas de conversas, das discussões acadêmicas e das referências de autores considerados como os grandes críticos da literatura brasileira, entre eles Alfredo Bosi e Antonio Candido. Três mulheres, mil histórias - mil formas de se contar: a escrita de Maria Firmina, Carolina de Jesus e Conceição Evaristo compõem a busca de se construir outro cânone literário ou pelo menos de assegurar o lugar de fala e de escrita de escritores (as) negros (as) postos no completo anonimato. Alguém incomodada com a forma estrutural como a literatura organiza os seus lugares, penso que é necessário se construir outro, um que traga das margens, os inominados, os ausentes, aqueles que tendo nome foram apagados, aqueles que assim mesmo teimaram em escrever no tecido de dias e noites sua história, suas angústias e esperanças, suas palavras, suas coisas, seus diários, seus dizeres, suas dores e lamentos, sua vida, em papéis catados no lixo, em noites mal dormidas por dificuldades de uma vida inteira. Enfim, a tarefa central é estudar e produzir conhecimento sobre a literatura de um grupo subalternizado pela história de escravização, pelas diásporas. É uma escolha ideológica também trazer para a superfície do papel a escrita de mulheres que ousaram falar a partir do seu espaço de pertencimento, a partir das suas lutas que deixam de ser individuais para se tornarem lutas de um povo, de um coletivo social. Palavras-Chave: Diáspora; Literatura negra; Mulheres; Subalternos; Interseccionalidadehttp://periodicos.claec.org/index.php/relacult/article/view/1533diásporaliteratura negramulheres, subalternos, intersecionalidade |
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Este artigo pretende fazer uma discussão sobre a produção literária de três autoras negras, diaspóricas e que até bem pouco tempo estavam ausentes das rodas de conversas, das discussões acadêmicas e das referências de autores considerados como os grandes críticos da literatura brasileira, entre eles Alfredo Bosi e Antonio Candido. Três mulheres, mil histórias - mil formas de se contar: a escrita de Maria Firmina, Carolina de Jesus e Conceição Evaristo compõem a busca de se construir outro cânone literário ou pelo menos de assegurar o lugar de fala e de escrita de escritores (as) negros (as) postos no completo anonimato. Alguém incomodada com a forma estrutural como a literatura organiza os seus lugares, penso que é necessário se construir outro, um que traga das margens, os inominados, os ausentes, aqueles que tendo nome foram apagados, aqueles que assim mesmo teimaram em escrever no tecido de dias e noites sua história, suas angústias e esperanças, suas palavras, suas coisas, seus diários, seus dizeres, suas dores e lamentos, sua vida, em papéis catados no lixo, em noites mal dormidas por dificuldades de uma vida inteira. Enfim, a tarefa central é estudar e produzir conhecimento sobre a literatura de um grupo subalternizado pela história de escravização, pelas diásporas. É uma escolha ideológica também trazer para a superfície do papel a escrita de mulheres que ousaram falar a partir do seu espaço de pertencimento, a partir das suas lutas que deixam de ser individuais para se tornarem lutas de um povo, de um coletivo social.
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