Summary: | As bacias hidrográficas tornaram-se unidades territoriais preferidas para o planejamento e gestão dos recursos hídricos. Entretanto, a existência de especificidades internas a elas, relacionada aos atributos fisiográficos em interação com a dinâmica socioeconômica, pode dificultar a tomada de decisões, tendo em vista a diversidade de cenários em termos de disponibilidade e necessidades hídricas. Este texto apresenta tentativa de aplicação do conceito de unidades de paisagem em busca do entendimento integrado das dimensões naturais e humanas em áreas específicas no interior de bacias hidrográficas e procura determinar pontos de maiores e menores restrições hídricas, limites de possíveis irreversibilidades e indicação regionalizada de alternativas de manejo. A porção mineira da bacia do rio Jequitinhonha foi adotada como estudo de caso. Foi utilizado um roteiro metodológico propositivo, partindo do problema básico de investigação, passando pela delimitação das unidades, avaliação da disponibilidade e demanda hídrica, culminando com a indicação de diretrizes de ordenamento territorial. Os resultados mostram que as unidades de paisagem mais restritivas quanto à disponibilidade hídrica são também as mais problemáticas do ponto de vista dos índices de desenvolvimento. Entretanto, a persistência dos baixos indicadores sociais e os agravos da condição de pobreza não podem ser tratados como fenômenos meramente físicos, mas percebidos como parte de um movimento econômico e social de controle do território, havendo um problema fundamental de política e opções gerenciais a enfrentar.
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